BB segue sem VP para carteira de crédito de R$ 320 bi para o agronegócio

Luiz Gustavo Braz foi indicado, mas ainda não assumiu porque passa por análise de governança do banco; VP de atacado acumula as funções desde fevereiro

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Bloomberg Línea — Área-chave de atuação do Banco do Brasil (BBAS3), o agronegócio respondeu, no primeiro trimestre, por uma carteira de R$ 322,5 bilhões, o que corresponde a 31% do portfólio de crédito do banco. Desde que a nova CEO, Tarciana Medeiros, assumiu no último dia 16 de janeiro, há mais de quatro meses, o cargo de vice-presidente de agronegócio ainda não foi preenchido com um nome de sua confiança.

Luiz Gustavo Braz foi indicado para o cargo no dia 9 de maio, mas ainda não assumiu. Segundo o BB, ele ainda está sendo submetido ao crivo de governança corporativa da instituição financeira. Na última segunda-feira (15), a CEO indicou que ele deve ser oficializado em duas semanas. A função foi exercida pelo executivo Renato Naegele, ligado à gestão anterior, até o começo de fevereiro.

Por enquanto, a área de agronegócio tem sido comandada pelo VP de negócios de atacado, Francisco Lassalvia, que acumula as duas funções. No primeiro trimestre, a carteira de agronegócio do BB cresceu 4,1% em três meses.

Em apresentação do balanço trimestral na última segunda-feira (15), a CEO disse que Braz é um funcionário de carreira do banco, como o restante do alto escalão. Na teleconferência com analistas para comentar o resultado, a CEO do BB reforçou que a gestão do banco não sofre interferências políticas e descartou que tenha existido o envolvimento com partidos em sua atuação.

No fato relevante sobre a indicação de Braz, o banco informou que ele foi funcionário de carreira do BB por 36 anos (1981 a 2017) e que, desde 2021, exerce a posição de diretor da Cooperforte. Entre 2009 e 2017, foi diretor comercial da Brasilveículos Cia de Seguros e, no Grupo Segurador Banco do Brasil e na Mapfre, foi diretor e diretor de geral de riscos, atuária, controle internos, governança e legal. Antes disso, entre 2004 e 2009, exerceu o cargo de diretor de crédito do BB.

“Somos um banco que conta com uma governança corporativa muito forte, com decisões tomadas de forma colegiada, que ao longo dos anos evoluiu bastante”, disse a CEO.

Desde que foi empossada no cargo, a executiva tem ressaltado o objetivo de conciliar a atuação de um banco comercial com a de uma instituição pública, com amparo técnico e responsabilidades sociais. “Nós temos de nos vestir da doçura de ser o banco do Brasil, um papel que vai além da concessão de crédito”, afirmou.

As questões de governança estão na pauta dos encontros do novo CFO do BB, Marco Geovanne da Silva, que trabalhou no Bank of America, com analistas de banco.

“Hoje em dia existem comitês internos que analisam a rentabilidade de todas as linhas de crédito. Não há chance de o banco operar com margens insuficientes (por exemplo, o banco até suspendeu a concessão de empréstimos consignados do INN após redução do limite há meses atrás). Os planos de incentivo para os principais executivos (50% da remuneração está vinculada ao desempenho do BB, com período de carência de 5 anos) são mais um passo dado pelo banco na direção de uma melhor governança”, avaliou relatório do Safra divulgado no último dia 18, após encontro com o CFO.

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