Braskem: Apollo e empresa de Abu Dhabi querem discutir negócios com Petrobras

Gestora americana e Adnoc querem comprar participação da Novonor (ex-Odebrecht), com a qual a estatal de petróleo tem um acordo de acionistas

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Bloomberg Línea — A Petrobras (PETR3, PETR4) informou nesta sexta-feira (19) que recebeu carta da gestora norte-americana Apollo Management e da Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (Adnoc) com informações sobre proposta não vinculante para aquisição da participação da Novonor (ex-Odebrecht) na Braskem (BRKM5).

A Petrobras acrescentou que as proponentes manifestaram interesse em “discutir potenciais negócios” com a companhia.

“A informação foi encaminhada à Petrobras pelo fato de que a companhia é a segunda maior acionista da Braskem e parte do acordo de acionistas”, afirmou no comunicado.

A Petrobras vem sendo questionada sobre a venda da sua participação de 47% na petroquímica. O CEO Jean Paul Prates vem afirmando que a estatal está reavaliando todos os processos de venda de ativos, em atendimento a uma diretriz do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para que o Estado tenha uma posição mais atuante nos negócios.

Em entrevista à Bloomberg News em março, Prates não descartou comprar a fatia da Novonor na petroquímica. “Podemos vender ou comprar”, disse na ocasião.

Em comunicado no início desta semana, a petroleira havia informado que “não está conduzindo nenhuma estruturação de operação de venda no mercado privado” e que não houve decisão em relação ao processo de desinvestimento ou de aumento de participação na Braskem.

A Petrobras destacou que decisões sobre investimentos e desinvestimentos “são pautadas em análises criteriosas e estudos técnicos,”.

Ainda na semana passada, o CFO da Petrobras, Sérgio Caetano Leite, afirmou que a companhia contratou assessores financeiros há alguns anos para acompanhar o processo da Braskem.

Outros interessados

Em entrevista à Bloomberg Línea nesta semana, o CEO da Unipar, Maurício Russomanno, afirmou que a companhia tem um plano agressivo de crescimento, o que inclui possíveis aquisições. Embora o executivo tenha dito que não pode comentar sobre o processo da Braskem e que não há proposta sobre a mesa, ele observou que a empresa está buscando alternativas para continuar crescendo.

“A Braskem é uma das grandes empresas do Brasil, é uma das companhias que estamos avaliando”, disse o executivo.

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