Mercados monitoram dívida dos EUA, Powell e vencimento de US$ 1,7 trilhão em contratos

Também estão em análise as incertezas sobre a recuperação econômica da China e a perspectiva de que o Congresso dos EUA arbitre sobre o teto da dívida

Estes são os eventos que orientam os investidores hoje
Por Bianca Ribeiro - Michelly Teixeira
19 de Maio, 2023 | 06:37 AM

Barcelona, Espanha — Os investidores se mantêm confiantes em que os políticos norte-americanos tomem medidas para evitar um calote da dívida do país. Ao mesmo tempo, aguardam para o dia a volatilidade gerada pelo vencimento de cerca de US$ 1,7 trilhão em contratos indexados a ações e índices.

Os futuros de índices dos Estados Unidos subiam, assim como as bolsas europeias, com destaque para o índice alemão DAX que caminha para um fechamento recorde. Além do discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), os investidores acompanham o pronunciamento da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, participa hoje, por vídeo, de uma conferência do Banco Central (BCB).

Entre os índices asiáticos, o fechamento também foi misto, com queda nos índices chineses devido a incertezas sobre a recuperação econômica da China e a queda da receita do Alibaba Group no primeiro trimestre.

No mercado de dívida, o prêmio do título norte-americano para 10 anos recuava para 3,628% às 6h36 (horário de Brasília). O dólar se depreciava ante outras divisas, enquanto o euro e a libra se apreciavam.

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Em outros mercados, o bitcoin se valorizava, assim como o ouro e os contratos de petróleo WTI.

→ O que move os mercados hoje

🗣️ Sinais do Fed. No âmbito da política monetária, os investidores acompanham o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, sobretudo com a falta de consenso, entre os membros do banco central, sobre o aumento de juros previsto para a reunião de junho.

🤖 IA para iPhones. A febre do ChatGPT promete ganhar força com o lançamento da ferramenta de inteligência artificial generativa para smartphones. O software é gratuito e já está disponível nos Estados Unidos para iPhones. O serviço para dispositivos Android vem depois.

💭 Sem nuvem. Dentro do plano de separar suas divisões para abertura de capital, o Alibaba Group (BABA) decidiu abrir mão do controle e desmembrar seu negócio na nuvem, que gerou receita de quase US$12 bilhões em 2022. A decisão de se desfazer do AliCloud, avaliado por alguns analistas em mais de US$30 bilhões, intrigou o mercado. As ações da empresa fecharam em queda de 5,4% em Nova York.

🐦 Novo capítulo nas desavenças. O principal advogado externo de Elon Musk enviou ao CEO da Microsoft Corp (MSFT), Satya Nadella, uma carta acusando a gigante de software de ter violado vários pontos do contrato de dados com o Twitter. Em resposta, a Microsoft informou que analisará as questões e que está “ansiosa para continuar a parceria de longo prazo” com o Twitter.

💵 Demanda por liquidez. A tomada de empréstimos das duas linhas de liquidez do Fed para o setor bancário subiu para US$96,1 bilhões na semana até o dia 17 de maio, mostrando que as tensões financeiras persistem no setor. O montante supera os US$92,4 bilhões de uma semana antes, mas ainda é bem inferior aos US$164,8 bilhões tomados no auge da crise bancária de março.

💸 Perdas continuam. O conjunto de ações do Grupo Adani perdeu US$10 bilhões em valor de mercado nesta semana, pressionadas pela decisão da financeira MSCI de retirar duas empresas do grupo de sua listagem na Índia e também pelas preocupações de potencial diluição derivada de seu plano de captação de recursos.

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🇨🇳 Confiança em questão. Pesquisas na China mostram que a confiança entre empresas e consumidores ainda não retomou os níveis verificados antes da pandemia, levantando mais incertezas no mercado sobre o impulso de recuperação da China desde o fim de sua política de covid zero. Segundo avaliação de Ashish Shah, Goldman Sachs, feita em entrevista à Bloomberg Television, “a recuperação na China está diminuindo”.

🪖 Mais bloqueios. Os líderes do G-7 concordam em ampliar as sanções contra a Rússia e manter os ativos soberanos do país imobilizados até que termine a guerra contra a Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, vai a Hiroshima para se reunir pessoalmente com os líderes na cúpula.

Os mercados esta manhã

🟢 As bolsas ontem (17/05): Dow Jones Industrials (+1,24%), S&P 500 (+1,19%), Nasdaq Composite (+1,28%), Stoxx 600 (-0,15%), Ibovespa (+1,17%)

O sentimento favorável com a perspectiva de um acordo nos EUA sobre o teto da dívida garantiu ganhos para as bolsas internacionais e ajudou o Ibovespa a retomar o patamar dos 110 mil pontos. O desempenho por aqui também respondeu ao avanço da proposta sobre o novo arcabouço fiscal no Congresso.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados.

Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

• Europa: Alemanha (IPP/Abr); Espanha (Confiança do Consumidor)

América Latina: Brasil (IBC-Br/Mar); México (Vendas no Varejo/Mar); Argentina (IPC/Abr)

Bancos centrais: Discursos de Jerome Powell e John Williams (Fed), Christine Lagarde (BCE), Relatório Mensal do BCE

Balanços: Deere&Company, Tokio Marine

🗓️ Os eventos de destaque na semana →

(Com informações da Bloomberg News)

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Bianca Ribeiro

Bianca Ribeiro

Jornalista especializada em economia e finanças, com passagem por redações e veículos focados em economia, como Valor Econômico, Agência Estado e Folha de S.Paulo.

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.