UBS vê ganho de US$ 35 bi com o Credit Suisse, mas alerta para custos legais

Banco suíço também calcula que litígios, questões regulatórias e passivos relacionados tenham um impacto no capital de até US$ 4 bilhões em 12 meses

Trata-se da melhor estimativa do UBS sobre os ganhos com a compra emergencial do Credit Suisse. Mas os custos legais podem ficar caros.
Por Myriam Balezou - David Scheer
17 de Maio, 2023 | 04:58 AM
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Bloomberg — O UBS Group AG (UBS) calcula que poderá embolsar US$ 34,8 bilhões com a aquisição emergencial do Credit Suisse Group AG (CS). Porém, adverte al mesmo tempo que poderá enfrentar bilhões em custos legais e regulatórios decorrentes do resgate de seu antigo rival.

O banco suíço deve se beneficiar do deságio das empresas combinadas, com base em uma primeira avaliação que fez sobre os dados do final de 2022, de acordo com um registro regulatório publicado na noite de ontem, na Suíça. O UBS também está estimando que litígios, questões regulatórias e passivos relacionados possam afetar o capital em até US$ 4 bilhões ao longo de 12 meses.

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As cifras se baseiam nas melhores estimativas atuais do banco e, à medida que forem realizadas análises adicionais, é provável que os números mudem, avisou o UBS.

A Bloomberg havia informado anteriormente que o banco poderia obter um ganho de até 51 bilhões de francos suíços (US$56,8 bilhões) com o deságio ou goodwill negativo, calculado sobre o valor dos ativos do Credit Suisse no final de março.

O UBS concordou em assumir o controle do Credit Suisse este ano, em uma venda de emergência apoiada pelo governo suíço, em meio a temores de que o concorrente menor e problemático estivesse a ponto de quebrar. Os analistas apontaram que os negócios locais do Credit Suisse, o Swiss Universal Bank, provavelmente valem várias vezes mais do que o valor pago pelo UBS pela empresa.

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As ações do UBS caíram 0,8% após a abertura em Zurique na quarta-feira, sendo negociadas a 17,035 francos suíços às 9h06, hora local.

Ainda assim, se o UBS reportar um ganho inesperado em razão do deságio que pagou, muitos investidores verão isso como uma peculiaridade contábil e não como um sinal de força do negócio subjacente. E os executivos, cientes de que um ganho inesperado em papel poderia ser impopular na Suíça, têm sido rápidos em apontar os riscos que estão assumindo em uma integração que pode levar vários anos.

Se confirmado, o ganho contábil estará entre os maiores já relatados por um banco em um único trimestre, podendo facilmente superar a referência anterior. Até o momento, o lucro de US$ 14,3 bilhões do JPMorgan Chase & Co. no primeiro trimestre de 2021 é o recorde entre os credores norte-americanos e europeus.

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O UBS está se beneficiando de uma garantia de US$ 9 bilhões apoiada pelo Estado para uma determinada parte das perdas que pode incorrer nas posições do Credit Suisse. No entanto, o CEO do UBS, Sergio Ermotti, disse na semana passada que era “excepcionalmente improvável” que o governo acabasse sofrendo um golpe financeiro.

Atualmente, a equipe do UBS está profundamente envolvida em um processo de due diligence no rival que arrematou, e o negócio deverá ser fechado nas próximas semanas.

Diferentemente das aquisições mais comuns, o UBS não pôde realizar uma análise extensiva dos livros contábeis do banco. O UBS enviou uma equipe para avaliar a carteira de clientes e os talentos de seu antigo concorrente, bem como quais linhas de negócios deveriam ser destinadas a uma liquidação, disseram pessoas com conhecimento do assunto.

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O Credit Suisse tinha uma longa lista de envolvimentos legais que podem acabar custando caro ao UBS. Os casos não resolvidos abrangem uma condenação criminal por facilitar a lavagem de dinheiro de um traficante de cocaína búlgaro e um acordo de meio bilhão de dólares em um escândalo de suborno relacionado a uma frota de pesca de atum em Moçambique.

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