Na XP, os ajustes surtem efeito: despesa cai 24% após demissões e lucro sobe

Corretora desligou 782 funcionários de janeiro a março, o que levou a queda de 15% em gastos com pessoal; houve perda de R$ 164 mi com títulos da Americanas

Edifício da São Paulo Corporate Towers onde fica a sede da XP, no bairro do Itaim, em São Paulo
15 de Maio, 2023 | 06:26 PM

Bloomberg Línea — A XP Inc (XP) teve lucro líquido de R$ 796 milhões no primeiro trimestre deste ano, 2% acima do apurado no quarto trimestre de 2022, segundo resultado divulgado nesta segunda-feira (15).

O resultado veio acima dos R$ 749,1 milhões estimados por economistas consultados pela Bloomberg. As ações subiam cerca de 1,5% por volta das 18h20 de Brasília, nas negociações do after hours.

Sem nomear a Americanas (AMER3), a empresa fundada por Guilherme Benchimol citou uma perda não recorrente de R$ 164 milhões no período relacionada a “títulos de dívida de uma grande empresa que entrou em processo de recuperação judicial no trimestre”.

Excluindo esse efeito não-recorrente de perdas, o lucro passaria a R$ 927 milhões, 8% acima do registrado no primeiro trimestre do ano passado.

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Já a receita líquida foi de R$ 3,13 bilhões entre janeiro e março deste ano, queda de 4,2% na comparação anual e levemente acima da projeção de R$ 3,09 bilhões em pesquisa da Bloomberg.

As despesas administrativas gerais totalizaram R$ 1 bilhão no trimestre, uma queda de 24% contra o trimestre anterior e de 17% contra o mesmo período do ano anterior.

O resultado, segundo a companhia, reflete o” impacto do processo de transformação e das iniciativas de ganho de eficiência implementadas no trimestre”. Desde o fim do ano passado, a empresa demitiu cerca de mil funcionários - 782 apenas no primeiro trimestre -, para ficar com cerca de 6.000 pessoas.

“Por causa da redução do número de colaboradores e, por consequência, das despesas relacionadas à remuneração por ações, as despesas totais reduziram em relação ao quarto trimestre e à média do ano de 2022″, escreveu a XP no documento.

As despesas com pessoal recuaram 15% do quarto trimestre de 2022 para o primeiro deste ano, recuando de R$ 892 milhões para R$ 760 milhões.

O índice de remuneração dos últimos doze meses foi de 28,5%, uma melhora versus os 28,9% e os 29,5% no primeiro e no quarto trimestres de 2022, respectivamente.

- Em atualização.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.