Bloomberg Línea — O Banco do Brasil (BBAS3) registrou aumento dos indicadores de inadimplência no primeiro trimestre e reservou R$ 4,1 bilhões para as despesas de provisão para o risco de crédito no período. A carteira de pessoas jurídicas apresentou tendência de alta nos atrasos acima de 90 dias.
Mesmo com a piora desse indicador, o BB reportou lucro líquido ajustado de R$ 8,5 bilhões, aumento de 28,9% na visão anual. O ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) ficou em 21%. A equipe do Itaú BBA projetava lucro de R$ 8,353 bilhões e ROE de 19,9% para o resultado do BB.
O resultado positivo da instituição financeira foi atribuído ao crescimento da carteira de crédito, com performance positiva em todos os segmentos, destacou o banco mais antigo do país.
Em nota à imprensa, a instituição considerou que a inadimplência está “sob controle” e destacou o foco na diversificação de receitas e no controle de custos.
O índice de atrasos acima de 90 dias atingiu 2,62%, acima dos 2,51% registrados no quarto trimestre do ano passado, dos 2,34% no terceiro, dos 2% no segundo e dos 1,89% no primeiro.
O BB avaliou que os índices estão abaixo dos registrados pelo SFN (Sistema Financeiro Nacional): 3,30% (primeiro trimestre deste ano), 3% (quarto de 2022), 2,80% (terceiro), 2,70% (segundo) e 2,60 (primeiro).
“O índice de cobertura [relação entre o saldo de provisões e o saldo de operações vencidas há mais de 90 dias] foi de 202,7%, impactado pelo reperfilamento de dívida de cliente específico, em recuperação judicial [RJ] desde 2019. Desconsiderando esse efeito, a cobertura do período seria de 213,3%”, citou o BB em balanço, sem nomear o cliente.
Em 2019, o BB havia provisionado R$ 2 bilhões para o caso de perdas com empréstimos à Odebrecht (hoje Novonor) correspondentes à metade do crédito sem garantias concedido à empreiteira (R$ 4 bilhões), que foi alvo da Operação Lava Jato. A Odebrecht entrou em RJ no dia 17 de junho de 2019.
A inadimplência sobre a carteira renegociada por atraso foi de 13,3% no primeiro trimestre, acima do registrado há 12 meses (7,4%). A inadimplência de 90 dias da carteira somou R$ 4,159 bilhões entre janeiro e março, acima dos R$ 2,178 bilhões em igual período do ano passado.
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