Bloomberg Línea — Em recuperação judicial há quatro meses, a Americanas (AMER3) anunciou nesta manhã de segunda-feira (15) que está em busca de interessados para comprar o grupo Uni.co, dono das marcas Imaginarium e Puket. O valor a ser levantado deve ser direcionado para o pagamento de uma parte das dívidas de cerca de R$ 42 bilhões da companhia.
A empresa varejista disse em fato relevante ao mercado que a venda da participação no grupo faz parte do plano de recuperação judicial da empresa e que contratou o Citigroup (C) como assessor financeiro para a condução do processo de busca de potenciais interessados. A intenção havia sido comunicada há dois meses, mas sem informações concretas de como e quando isso seria efetivado.
A companhia adquiriu o grupo Uni.co em abril de 2021 por valor não revelado. À época, a varejista afirmou que “a aquisição do grupo era mais um movimento do universo Americanas na expansão de sua plataforma de varejo especializado em franquias e marcas próprias”.
O grupo Uni.co tinha à época 440 lojas e presença em mais de 2.800 pontos de venda espalhados pelo país, além da plataforma citada que também investia em inovação no varejo. O grupo pertencia a um fundo da gestora Squadra.
A Americanas pediu recuperação judicial em janeiro, depois da revelação pelo então CEO Sergio Rial - que pediu renúncia após nove dias no cargo - de um rombo contábil da ordem de R$ 20 bilhões, que dobrou seu passivo.
As negociações com alguns dos maiores bancos do país, que detêm cerca de 63% da dívida total, avançam no momento com um plano para que o trio de acionistas bilionários formado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira injete R$ 10 bilhões na empresa, com um adicional de R$ 2 bilhões de investimentos a depender da situação financeira.
A varejista fechou oito lojas em março, em meio a um processo de corte de custos e negociações com credores para chegar a um acordo de reestruturação de dívida.
A Americanas encerrou o mês de março com 1.855 lojas, depois de ter fechado 27 lojas neste ano, segundo relatório mensal elaborado pelo administrador judicial. A base ativa de clientes caiu para 46,3 milhões nesse mês, ante 49,1 milhões na virada do ano.
- Com informações de Bloomberg News.
- Em atualização.
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