Credit Suisse já apresentava problemas em 2015, diz CEO do UBS

Sergio Ermotti, que supervisiona a compra do Credit Suisse pelo UBS, diz que algo já não estava indo bem no banco concorrente que teve de ser resgatado

'Algo não estava indo bem no Credit Suisse'
Por Hugo Miller
13 de Maio, 2023 | 10:04 AM

Bloomberg — O CEO do grupo UBS (UBS), Sergio Ermotti, que supervisiona a aquisição do Credit Suisse em um resgate mediado pelo governo, disse que viu problemas no concorrente já em 2015.

“O UBS estava muito bem posicionado desde 2015, tínhamos feito nossa lição de casa após a crise financeira”, disse Ermotti em entrevista ao jornal Schweiz am Wochenende.

“Sempre olhamos para as oportunidades que havia para crescermos de forma orgânica e inorgânica. Ficou claro para mim que algo não estava indo bem no CS.”

Questionado se já tinha um plano de aquisição em mente para o Credit Suisse na época, Ermotti sorriu e ficou em silêncio, segundo o jornal.

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Ele falou após um encontro com a imprensa na cidade suíça de Lucerna, onde deu sua indicação mais forte até agora de que o governo suíço e o banco central evitarão o impacto financeiro do resgate de emergência.

Ermotti rejeitou a visão de que o CEO do Credit Suisse, Ulrich Koerner, contribuiu para o colapso do Credit Suisse e não era adequado que ele tivesse um cargo sênior na instituição resultante da fusão, ressaltando que anteriormente ele fazia parte da equipe de gerenciamento do UBS.

“Está claro: essa situação no Credit Suisse não se desenvolveu nas últimas seis semanas ou meses, mas nos últimos seis, sete anos”, disse Ermotti ao jornal.

“A tarefa agora é implementar a integração rapidamente. Ulrich Koerner conhece o Credit Suisse muito bem.”

Ermotti disse que todas as opções estão sobre a mesa para a operação doméstica do Credit Suisse, mas rejeitou a ideia de desmembrá-la para encolher o UBS após a fusão.

“Não acho que a fusão do UBS e do CS criará um banco grande demais para a Suíça”, disse ele. “A Suíça não pode ser um dos principais centros financeiros do mundo se tiver apenas bancos de médio porte. Esta fusão fortalece a Suíça.”

Outros destaques da entrevista:

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  • Sobre as saídas de caixa: “No entanto, em termos de saídas de caixa, a situação se estabilizou.”
  • Sobre por que a Suíça não precisa apertar a regulamentação bancária: “CS não teve nenhum problema de liquidez até 72 horas antes do fim de semana em questão. Era uma questão de confiança e credibilidade porque o CS não era mais lucrativo. Rentabilidade e confiança não podem ser reguladas.”
  • Sobre as responsabilidades legais que o UBS herda: “Vamos remover o legado o mais rápido possível.”

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