Bloomberg — Um período prolongado de desaceleração econômica nos Estados Unidos vai abalar as ações de tecnologia em um momento em que elas estão atraindo muito dinheiro dos investidores. Ao menos essa é a avaliação de estrategistas do Bank of America (BAC).
Uma equipe liderada por Michael Hartnett espera que uma recessão “afete o crédito e a tecnologia”, assim como aconteceu em 2008, escreveram em um relatório divulgado nesta sexta-feira (12).
Os investidores colocaram US$ 3,8 bilhões em ações de tecnologia na semana até 10 de maio, a maior entrada desde dezembro de 2021, disse o BofA, citando dados da EPFR Global.
Por outro lado, US$ 2,1 bilhões foram retirados de ações financeiras – o maior resgate desde maio de 2022 –, em meio à turbulência entre os bancos regionais nos EUA.
O índice Nasdaq 100, com grande exposição ao setor de tecnologia, acumula ganhos de 22% este ano, com os investidores antecipando que o Federal Reserve (Fed) começará a flexibilizar a política monetária em breve, aliviando a pressão sobre o setor, que é sensível às taxas.
E, embora os lucros das empresas do setor possam estender a queda em relação ao ano passado, os traders já antecipam uma recuperação em 2024.
Hartnett, que previu corretamente que os temores de recessão alimentariam um êxodo de ações no ano passado, alertou que é improvável que o banco central dos EUA pare de subir as taxas em meio à alta inflação, bem como ao baixo desemprego.
A avaliação é semelhante à de estrategistas da Bloomberg Intelligence, que veem espaço para uma bolha nas ações de tecnologia, mídia e telecomunicações à medida que “enfrentam a realidade de taxas de juros mais altas por mais tempo e uma perspectiva de ganhos moderada”.
Hartnett avalia que dados negativos das folhas de pagamento seriam um sinal de compra para ações cíclicas ligadas à economia – como ações de tecnologia – em 2023. O mercado de trabalho tem sido resiliente nos EUA, com contratações e ganhos salariais acelerando em abril.
-- Com a colaboação de Thyagaraju Adinarayan
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