Após as perdas do Vision Fund, quanto Masayoshi Son deve agora ao Softbank?

Portfólio de startups foi o maior responsável pelo impacto negativo de US$ 5,2 bi na posição patrimonial do fundador e CEO do grupo

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Bloomberg — Masayoshi Son, o fundador e CEO do Softbank, agora deve pessoalmente cerca de US$ 5,2 bilhões em acordos estabelecidos para aumentar sua remuneração, depois que o seu Vision Fund completa um ano de perdas recordes. Apesar da recuperação global de ações do setor tecnológico neste começo de 2023, o fundo amargou perdas com startups não listadas de seu portfólio.

O maior investidor em tecnologia do mundo reportou cifras consideradas desanimadoras por analistas. O Vision Fund perdeu 297,5 bilhões de ienes (US$ 2 bilhões) nos três meses encerrados em março, terminando o ano fiscal com um prejuízo total de 4,3 trilhões de ienes (US$ 32 bilhões) - o pior desde que Son orgulhosamente criou o fundo em 2017.

As perdas não realizadas de Son aumentaram em cerca de US$ 130 milhões frente aos três meses anteriores, com a maior parte do déficit vinculada ao fundo da América Latina.

O fundador e CEO do SoftBank teve um prejuízo superior a US$ 5 bilhões nos mesmos negócios paralelos até o trimestre de dezembro.

As perdas no portfólio aumentaram o déficit de Son para cerca de US$ 2,9 bilhões de sua participação no Vision Fund 2 e US$ 463 milhões no fundo da América Latina, de acordo com os dados do balanço trimestral.

Seu déficit restante no SB Northstar foi de 246,9 bilhões de ienes (US$ 1,8 bilhão). A dívida totalizou US$ 5,2 bilhões, de acordo com cálculos da Bloomberg News baseados em divulgações da empresa.

Son, cuja participação no SoftBank cresceu nos últimos meses, também é proprietário de partes dos principais veículos de investimento da empresa. Embora essas participações tenham gerado controvérsia devido a preocupações com a governança corporativa, o bilionário japonês negou qualquer conflito de interesses.

O bilionário de 65 anos detém 17,25% de um veículo criado pelo Vision Fund 2 do SoftBank para suas participações não listadas, bem como outros 17,25% de uma unidade do fundo da empresa para a América Latina, que também investe em startups. Também tem uma participação de 33% no SB Northstar, um veículo criado pela empresa para negociar ações e derivativos.

O patrimônio líquido de Son ficou em US$ 8,9 bilhões após o fechamento de quinta-feira (11), depois de ajustar o déficit de suas participações no SB Northstar, Vision Fund 2 e no fundo da América Latina, de acordo com cálculos do Bloomberg Billionaires Index.

Não há prazo imediato para o reembolso, e o valor das posições de Son pode melhorar no futuro. Para a SB Northstar, Son já depositou algum dinheiro e outros ativos. O fundador pagaria sua parte de quaisquer “obrigações de reembolso não financiadas” no final da vida do fundo, que tem duração de 12 anos com uma extensão de dois anos.

As ações da SoftBank caíram no início das negociações de sexta-feira em Tóquio, em reação à divulgação, ontem, dos resultados financeiros. O recuo durante a manhã foi de até 5,5%, a maior queda em cerca de dois meses. Além das perdas, os investidores estavam à espera de uma recompra, que não se concretizou.

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