Bloomberg Línea — A Petrobras (PETR3; PETR4) anunciou nesta quinta-feira (11) que aprovou o pagamento de R$ 24,7 bilhões em dividendos aos acionistas referente ao balanço de 31 de março de 2023.
As ações da companhia ampliaram os ganhos após o anúncio. Os papéis ordinários fecharam em alta de 2,40%, a R$ 28,15, enquanto os preferenciais tiveram ganhos de 3,67%, a R$ 25,43.
A aprovação acontece mesmo depois das críticas reiteradas do presidente Lula e de lideranças do Partido dos Trabalhadores à distribuição de elevados proventos aos acionistas da estatal, em detrimento da destinação de parte do capital obtido com lucros para reinvestimentos.
“É uma loucura o que nós estamos fazendo de dividendos. A Petrobras não é um patrimônio apenas das pessoas que são acionistas. A Petrobras tem que fazer investimento”, disse Lula em entrevista à rádio BandNews no início de março por ocasião do anúncio dos dividendos da companhia relativos ao ano fechado de 2022, que totalizaram R$ 215,7 bilhões.
O montante anunciado hoje corresponde ao valor de R$ 1,893577 por ação ordinária (ON) e preferencial (PN) em circulação e será pago em duas parcelas nos meses de agosto e setembro.
A primeira parcela, no valor de R$ 0,946788 por ação, será paga no dia 18 de agosto, segundo a compahia. O restante, por sua vez, no valor de R$ 0,946789 por ação, será pago em 20 de setembro deste ano.
Os detentores de ADRs (os recibos de ações negociados em Nova York) receberão os pagamentos a partir de 25 de agosto e 27 de setembro, respectivamente.
As ações serão negociadas “ex-dividendos” a partir de 13 de junho de 2023. Isso significa que, para receber os proventos, é preciso que o investidor tenha posição nas ações da petroleira até o fechamento do pregão do dia 12 de junho.
Já o “record date” para os detentores de ADRs negociados na New York Stock Exchange (NYSE) será no dia 14 de junho. Essa é a data na qual todos os acionistas que possuem ações da Petrobras no fechamento do pregão terão direito ao recebimento dos proventos.
De acordo com a estatal, a remuneração está alinhada à política vigente, que prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a Petrobras deverá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos).
A Petrobras divulga seu balanço do primeiro trimestre nesta quinta-feira (11) após o fechamento do pregão.
A divulgação deverá mostrar como a estatal tem reagido diante das cotações mais fracas do petróleo no mercado internacional ao mesmo tempo em que sofre pressão e orientação do governo do presidente Lula para mudar a política de paridade internacional e para suspender os planos de vendas de ativos, como refinarias.
De acordo com analistas ouvidos pela Bloomberg Línea, a estatal deve reportar uma queda do lucro líquido no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, impactada por preços menores de petróleo e pelo começo da taxa de exportação sobre óleo cru, segundo estimativas de bancos de investimentos e corretoras.
- Com a colaboração de Juliana Estigarríbia.
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