Bloomberg — O futuro CEO da empresa que se tornará o terceiro maior produtor mundial de lítio diz que elase concentrará na construção de uma cadeia de suprimentos nas Américas, enquanto as montadoras dos Estados Unidos procuram fontes não chinesas do metal para baterias.
“O foco na América é um grande diferencial para nós com clientes, com investidores”, disse Paul Graves em entrevista na quinta-feira (11), um dia depois do anúncio de que a fabricante de componentes de lítio Livent (LTHM) se unirá à mineradora Allkem para criar uma empresa de US$ 10,6 bilhões.
A China, onde a norte-americana Livent possui refinarias, “não será um foco de crescimento para nós no futuro”, disse ele.
A nova empresa, ainda sem nome, reunirá ativos de lítio da Argentina, Canadá e Austrália, permitindo atender à crescente demanda no Ocidente, afirmaram Graves, que é CEO da Livent, e seu colega da Allkem, Martin Perez de Solay, em entrevista conjunta.
A Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês) do presidente Joe Biden, que apoia a produção interna de componentes de veículos elétricos, “turbinou” o distanciamento da China, disse Graves.
A lei, promulgada em agosto passado, oferece créditos fiscais para veículos elétricos que usam materiais fabricados nos Estados Unidos ou em seus parceiros de livre comércio, como Canadá e Austrália.
O acordo Livent-Allkem mostra como o IRA está remodelando as cadeias de suprimentos de metais como o lítio e como está ajudando Washington a desafiar o papel de liderança de Pequim em muitos setores críticos para a transição energética.
A China é o produtor dominante a jusante de materiais para baterias, e a única parte da cadeia de fornecimento de lítio que não controla é a extração, onde a Austrália e o Chile são importantes.
“A área de crescimento está realmente investindo na Argentina, investindo no Canadá, investindo em cadeias de suprimentos ocidentais localizadas”, disse Graves. A Austrália, um importante aliado dos EUA, também seria um foco para a nova empresa, acrescentou Perez de Solay.
Embora a Argentina não tenha um acordo de livre comércio com os EUA, Graves disse esperar que a Casa Branca abra uma exceção.
“É do interesse dos EUA qualificar a Argentina e esperamos que o façam”, disse ele, acrescentando que estava “obtendo uma resposta favorável do governo dos EUA”.
O negócio deve ser concluído até o final do ano, com a nova empresa listada em Nova York. O preço das ações da Allkem, listada em Sidney, na Austrália, subiu até 17% nas negociações de quinta-feira, enquanto a Livent fechou em alta de 5,2% nos EUA na quarta-feira.
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