Bloomberg — Os escritórios que se ocupam da gestão de recursos dos ultra-ricos se preparam para injetar um volume alto de dinheiro nos mercados de ações e investimentos em empresas de capital fechado.
Quase metade dos family offices que responderam à uma enquete do Goldman Sachs (GS) disse que planeja aumentar exposição à renda variável, e 41% busca aumentar alocações em private equity, informou o banco.
“Os family offices, na maioria, estão dispostos a assumir risco nos próximos 12 meses,” disse Meena Flynn, codiretora global de gestão de patrimônio privado.
Cerca de 12% das carteiras de family offices, em média, estão alocadas em ativos de alta liquidez, equivalentes a caixa, um nível maior do que a alocação de outros investidores institucionais, segundo a pesquisa, que sondou 166 gestoras no mundo todo. Mais de um terço planeja diminuir essa alocação em caixa no próximo ano.
Eles estão entre os investidores que acompanham o impasse entre o governo Biden e os legisladores republicanos sobre o teto da dívida dos Estados Unidos, que ameaça trazer ainda mais volatilidade para os mercados financeiros. Flynn disse que os gestores provavelmente deverão comprar ações quando as condições de mercado estiverem “dolorosas”.
O número de escritórios que cuidam do patrimônio de famílias aumentou em todo o mundo nas últimas duas décadas, impulsionado em parte por fortunas crescentes nos setores de tecnologia, finanças e imóveis.
As gestoras, que administram o capital pessoal dos ultra-ricos, são pouco regulamentadas e muitas vezes tão sigilosas quanto as famílias que atendem.
Sara Naison-Tarajano, chefe global de mercados de capitais para gestão de patrimônio privado, disse que espera que o número de famiy offices continue a crescer. “Eles são cada vez mais importantes como investidores”, disse.
Cerca de nove em cada dez family offices que responderam à pesquisa cuidam de um patrimônio de US$ 500 milhões ou mais. Apesar disso, 88% deles tinham 10 ou menos funcionários de investimentos.
Espera-se que os family offices continuem investindo em private equity, uma classe de ativos que eles têm favorecido nos últimos anos. Os entrevistados tinham uma exposição de 26% a private equity, em média, e 9% a imóveis e infraestrutura privados.
Os family offices são especialmente interessados no mercado secundário de private equity, onde investidores institucionais podem comprar participações existentes em fundos ou empresas, disse Flynn.
O crédito privado também se tornou cada vez mais atraente para os family offices, devido a taxas de juros mais altas. Com retornos anualizados de 10% na última década, esse tipo de dívida fora do sistema financeiro tradicional superou empréstimos convencionais, segundo o braço de gestão de ativos do Goldman Sachs.
O crédito privado representou cerca de 3% das carteiras de family offices em média, mas 30% dos entrevistados disseram que esperavam aumentar a exposição.
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