Blackstone e gigantes de private equity veem oportunidade em crise bancária

Segundo o FT, a proposta ajuda os bancos regionais a transferir parte do risco depois que um empréstimo é securitizado e repassado a seus clientes de seguros

O presidente da Blackstone, Jon Gray, disse ao FT que os credores envolvidos nesses negócios tinham entre US$ 100 bilhões e US$ 250 bilhões em ativos.
11 de Maio, 2023 | 06:29 AM

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Barcelona, Espanha — Em um cenário em que a recente turbulência no setor bancário está diminuindo a oferta de crédito, a Blackstone (BX) negocia com grandes bancos regionais nos Estados Unidos para repassar os empréstimos dessas instituições a seus clientes de seguros, disse seu presidente, Jon Gray, ao Financial Times.

De acordo com o jornal britânico, a ideia seria estabelecer parcerias para que o grupo de investimentos transfira recursos desses credores aos clientes de seguros de sua carteira. Embora não tenha revelado nomes, Gray disse ao FT que os credores envolvidos nessas negociações tinham entre US$ 100 bilhões e US$ 250 bilhões em ativos.

De acordo com a parceria proposta, as seguradoras pagariam uma taxa à Blackstone por direcioná-las os ativos desses bancos, com o compromisso de que mantenham a dívida até o vencimento. A proposta da Blackstone favorece os bancos regionais, pois os ajuda a eliminar parte do risco, canalizando-o para o grupo de investimento depois que um empréstimo tiver sido securitizado e transferido às seguradoras.

Gigantes de private equity, como Blackstone, Apollo Global, KKR e Ares Management, estão explorando formas de aumentar seu acesso ao crédito após a quebra de dois grandes bancos regionais dos EUA, o Silicon Valley Bank e o First Republic. O colapso dessas instituições está alimentando uma forte crise de crédito e até mesmo o Federal Reserve (Fed) alertou esta semana que “a redução da oferta de recursos poderia aumentar o custo do financiamento para empresas e famílias”.

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A Blackstone presta serviços de gestão de ativos a grandes seguradoras, como a AIG, segundo o FT. Esses clientes são um lugar natural para ativos que, de outra forma, poderiam permanecer nos balanços patrimoniais dos bancos, disse Gray ao jornal.

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Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.