Verde, de Stuhlberger, vê sinais positivos no fiscal e zera posição em dólar

O Verde FIC FIM, fundo carro-chefe da casa, encerrou abril de lado, enquanto o CDI teve variação de 0,92%

Luis Stuhlberger (Verde Asset)
09 de Maio, 2023 | 04:32 PM

Bloomberg Línea — A vitória do governo no Supremo Tribunal Federal (STF) na questão dos benefícios de ICMS, além da maior probabilidade de que as metas fiscais de 2023 e 2024 sejam cumpridas têm dado sinais positivos em relação às receitas fiscais. É o que avalia a Verde Asset, gestora de Luis Stuhlberger.

Em carta enviada aos cotistas referente ao desempenho de abril dos fundos multimercados, a asset destaca alguns avanços no âmbito fiscal doméstico que levaram a mudanças no portfólio.

O time chama atenção ainda para o Congresso, que “se coloca como contraponto importante em algumas decisões do governo, como no caso do saneamento e mesmo no arcabouço fiscal, onde os sinais apontam para melhoras no projeto”.

“Embora o prêmio de risco nos mercados tenha se mantido estável em grande medida em abril, vemos esses fatores com viés positivo”, escreve o time na carta.

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Tal cenário contribuiu para a casa zerar as posições compradas (aposta na alta) em dólar contra o real. O fundo também reduziu marginalmente sua exposição na bolsa brasileira e voltou a ter exposição comprada em bolsa global.

Para maio, o multimercado Verde FIC FIM segue com posição comprada em inflação implícita no Brasil e tomada (que ganha com a alta das taxas) em juros na parte curta da curva.

Com relação às commodities, a posição em ouro foi mantida, enquanto a fatia em petróleo foi retomada, em pequena proporção.

Cena externa

A gestora, que tem R$ 29 bilhões sob gestão, destaca na carta que a crise bancária nos Estados Unidos trouxe algumas dúvidas: se os impactos serão fortes o suficiente a ponto de levar a economia americana à uma recessão e quão rápido o Fedederal Reserve vai mudar de postura na direção de cortes dos juros.

Com a avaliação de que há assimetrias na inflação – no sentido de ser mais resiliente do que o precificado pelos mercados – e de que a precificação da volatilidade das curvas americanas está exagerada, as principais apostas do fundo no cenário macro se concentram na posição comprada em inflação dos EUA.

Desempenho

O fundo Verde FIC FIM, carro-chefe da casa, encerrou o mês de abril de lado, com leve baixa de 0,03%, ante variação de 0,92% do CDI.

Os principais ganhos vieram das posições de commodities, ouro e petróleo, bem como da posição de juros longos europeus, e no livro de bolsa global.

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Já as perdas vieram das posições de inflação, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, no dólar e em menor medida na carteira de ações brasileiras.

No acumulado ano, o fundo avança 2,32%, enquanto o benchmark tem variação de 4,20%.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.