Bloomberg Línea — O mercado de fundos de investimento registrou seu pior resultado do ano em abril, com resgates líquidos de R$ 43,2 bilhões, segundo dados da Anbima, a associação do setor, divulgados na segunda-feira (8).
O dado marca o sexto mês consecutivo de captação líquida negativa (aportes menos resgates) – apesar do retorno positivo em abril –, em um contexto de juros elevados que têm feito investidores sacarem seus recursos dos fundos de forma a buscar alternativas mais seguras e rentáveis em produtos de renda fixa.
O segmento acumula perda de R$ 118 bilhões no ano, valor que se aproxima do resultado de 2022, quando a captação líquida ficou negativa em R$ 130 bilhões. Em 12 meses, o saldo é negativo em R$ 341,7 bilhões.
“O resultado da captação líquida é um termômetro do humor do investidor. A inflação, a taxa de juros e outras incertezas na política econômica tornam o cenário menos previsível e fazem com que os fundos se tornem menos atraentes neste momento”, disse Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima, em nota.
No período, a renda fixa liderou as saídas, com resgates líquidos de R$ 36,5 bilhões, segundo a Anbima. O movimento veio mesmo com os ganhos médios de 0,95% nos fundos duração livre grau de investimento, e de 0,88% dos de duração baixa grau de investimento – os dois tipos de fundos que lideraram o movimento de saída em abril.
Com a Selic em 13,75% ao ano e inflação elevada, investidores têm optado por títulos de renda fixa isentos de Imposto de Renda. como os Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio (CRIs e CRAs).
Também lideraram os resgates no último mês os fundos multimercados e de ações, com saídas líquidas de R$ 12,7 bilhões e de R$ 5,5 bilhões, respectivamente.
Com relação ao retorno, o melhor desempenho nas duas classes vieram dos tipos: ações livre (que possui o maior patrimônio líquido da classe) e avançou 1,73% em abril; e multimercados livre, com ganhos de 0,79% no mês.
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