Bloomberg — Os dividendos da gigante do petróleo Saudi Aramco superaram a remuneração aos acionistas dos cinco maiores pagadores globais juntos - depois dela, claro. E a diferença deve aumentar.
A distribuição de lucros paga ao governo saudita e outros investidores em 2022 chegou a US$ 75,8 bilhões e foi de longe a maior de qualquer empresa de capital aberto. E pode aumentar em mais de US$ 20 bilhões em 2023, segundo a Bloomberg Intelligence.
Esse aumento por si só seria equivalente ao total estimado de dividendos anuais da Microsoft (MSFT). E, embora a Apple (AAPL) possa ser maior, com um valor de mercado de US$ 2,7 trilhões, os pagamentos aos acionistas da Aramco - excluindo recompras - ofuscam o de qualquer grande empresa mundial.
A Petrobras (PETR3, PETR4) foi a sétima dessa lista, com US$ 12,4 bilhões, mas essa posição está em xeque neste ano com a nova visão pública do seu principal acionista, a União do governo Lula, de reduzir a distribuição para direcionar parte do capital para investimentos.
A perspectiva de aumento de dividendos significa que os acionistas da Aramco estarão monitorando os preços do petróleo mais de perto do que nunca. O governo da Arábia Saudita possui 90% das ações diretamente, com outros 8% detidos pelo fundo soberano do reino.
O Morgan Stanley (MS) disse que, com base nos preços atuais do petróleo, os dividendos da Aramco podem aumentar em 10% a 20%, enquanto a RBC Capital Markets prevê um pagamento de US$ 12 bilhões a US$ 18 bilhões maior.
O preço do petróleo do tipo Brent caiu cerca de 40% em relação ao pico de março de 2022, com temores de que uma desaceleração econômica pese sobre a demanda.
- Com a colaboração de Dorin Ursu e Matthew Martin.
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