Lucros vão perder força com economia mais fraca dos EUA, diz Morgan Stanley

Michael Wilson, estrategista do banco americano, se diz cético com o aumento projetado dos lucros das companhias em meio aos dados macro

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Bloomberg — Dados macroeconômicos mais fracos dos Estados Unidos indicam que as tendências de lucros vão perder força nos próximos meses, diferentemente das expectativas da maioria dos analistas, de acordo com Michael Wilson, do Morgan Stanley (MS), conhecido em Wall Street por sua visão baixista.

“Muitos dos principais pontos de dados macro em que nos concentramos caíram nas últimas semanas e não apontam para uma taxa de execução semelhante em termos de força nos próximos meses”, disse Wilson, que foi avaliado como o número 1 na pesquisa Institutional Investor do ano passado, depois de prever corretamente a onda vendedora de ações em 2022.

Quase 86% das empresas que fazem parte do S&P 500 divulgaram balanços neste trimestre, sendo que 79% delas superaram as projeções, de acordo com dados compilados pela Bloomberg Intelligence.

Wilson disse que números econômicos mais fortes em janeiro e fevereiro, bem como expectativas reduzidas no início da temporada, explicam os bons resultados.

O aumento dos lucros projetado por analistas depende da melhora das margens, disse Wilson. “Estamos mais céticos, pois os custos trabalhistas ainda são um obstáculo para as companhias, e nosso principal indicador de margem” aponta para uma queda adicional e uma recuperação fraca nos próximos meses.

Além disso, com a desaceleração da inflação, o poder de precificação das empresas tende a diminuir, acrescentou.

Dito isso, o estrategista reconhece que, se os dados econômicos melhorarem, a recuperação amplamente esperada dos lucros pode se materializar, o que reduz a probabilidade de seu cenário-base abaixo do consenso de US$ 195 para o lucro por ação em 2023.

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