Bloomberg — A Suzano (SUZB3), a maior produtora do mundo de celulose de fibra curta, considera vender seus produtos para a China em yuans, em mais um sinal de que o dólar começa a perder seu domínio nos mercados de commodities.
A moeda chinesa ganha importância e clientes menores exigem negócios atrelados ao yuan, afirmou o presidente da Suzano, Walter Schalka, em entrevista na sede da Bloomberg News em Nova York.
A China é a maior compradora de commodities e responde por 43% da celulose da Suzano.
Embora o dólar permaneça dominante, o uso do yuan em contratos de todos os tipos, desde petróleo até níquel, ganha velocidade. As sanções que cercaram Moscou após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022 aumentaram esse ritmo.
Schalka disse acreditar que o dólar se tornará menos relevante, mas reconheceu que ainda não houve uma “grande transição” para a moeda chinesa.
O aumento da tensão entre os Estados Unidos e a China é a principal preocupação da empresa, uma vez que pode prejudicar a demanda e os preços da celulose por um período prolongado, segundo ele.
“A China vai se tornar mais relevante no mercado global, não tenho dúvidas”, disse Schalka. “Minha percepção é que seria muito melhor ter uma colaboração de longo prazo entre o Ocidente e o Oriente, mas o que vemos é uma tensão crescente neste momento.”
- Com a colaboração de Isis Almeida, Leslie Patton e Zijia Song.
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