Bloomberg — Quando o executivo Bjørn Gulden chegou à Adidas depois do colapso da parceria da gigante alemã com Yeezy (novo nome do rapper Kanye West), o então novo CEO encontrou uma surpresa: o clássico tênis Samba que as celebridades começaram a usar no verão passado (do hemisfério Norte) parecia pronto para decolar.
Na época, o plano era aumentar lentamente a produção dos tênis, que, de repente, estavam com alta demanda dos Estados Unidos ao Reino Unido e à China. Mas, ao perceber que as fábricas na Ásia queriam mais pedidos, já que os estoques dos produtos em todo o mundo diminuíam a expansão da indústria de calçados, a nova equipe de Gulden reescreveu suas ambições para o Samba.
“Fomos às fábricas e perguntamos: ‘OK, vocês têm capacidade disponível?’”, disse Gulden em uma entrevista coletiva na sexta-feira (5). Diante da resposta positiva, a empresa alemã pediu muito mais produção. “A partir de maio, junho deste ano, começamos a ter centenas de milhares de pares nos canais de distribuição certos. O Samba sozinho será de milhões de pares até o final do ano.”
Essa mudança sinaliza o esforço mais amplo de Gulden para acelerar a tomada de decisões na Adidas, que teve dificuldades durante a pandemia sob o ex-CEO Kasper Rorsted.
Os lucros ficaram abaixo dos níveis pré-Covid, especialmente depois que a Adidas cancelou a lucrativa colaboração com Yeezy em outubro passado, após uma série de declarações antissemitas do rapper e designer anteriormente conhecido como Kanye West.
As ações da Adidas subiram perto de 9% na Bolsa de Franfurt na sexta, o maior ganho intradiário desde dezembro, depois que os resultados do primeiro trimestre da empresa sugeriram que a sua recuperação está começando.
Gulden, que começou na fabricante de tênis, vestuário e produtos esportivos em janeiro, expressou otimismo sobre as coleções de lifestyle da Adidas, incluindo modelos há mais tempos no mercado como Gazelle e Campus.
A demanda também está voltando para os tênis de basquete Superstar que, juntamente com os tênis Stan Smith, ajudaram a impulsionar o crescimento na última década. A Adidas provavelmente distribuiu em excesso esses tênis, criando a necessidade de descontos e matando a popularidade, disse Gulden.
Agora, a Adidas está vendo novamente um interesse pelos Superstars nos mercados de revenda de tênis e em revistas de tendências, disse. A empresa está criando novos planos de marketing para o modelo.
Gulden não quis confirmar as notícias de que a Adidas decidiu encerrar sua parceria com Beyoncé ainda neste ano. Haverá um lançamento de produtos da linha Ivy Park da Beyoncé em maio e setembro, disse Gulden.
“Veremos o que o mercado está fazendo e o que ela quer fazer”, disse Gulden. “Assim que houver um acordo final sobre estender ou não, iremos informar ao mercado.”
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