Bloomberg — O sistema bancário regional dos Estados Unidos está em risco e a falha do regulador em atualizar e expandir seu regime de seguro “colocou mais pregos em seu caixão”, disse Bill Ackman, da Pershing Square.
O colapso do First Republic Bank foi a segunda maior quebra bancária da história dos EUA e o quarto banco regional a entrar nesse estágio desde o início de março, depois da Silvergate Capital Corp., do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank. O JPMorgan (JPM) adquiriu o First Republic na segunda-feira da semana passada (1), derrotando rivais como PNC Financial Services Group.
O investidor bilionário disse que o First Republic não teria quebrado se o Federal Deposit Insurance Corp (FDIC) – semelhante ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC), no Brasil – garantisse temporariamente os depósitos enquanto um novo regime fosse criado. “Em vez disso, vemos os dominós caírem com um grande custo sistêmico e econômico”, disse ele.
As ações do PacWest Bancorp, com sede em Beverly Hills, caíram 51% na quinta-feira (4), na pior perda diária já registrada. Os papéis, contudo, se recuperaram na sexta-feira (5) após notícia informando que a companhia está considerando uma separação ou um aumento de capital, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
“O banco é um jogo de confiança. Nesse ritmo, nenhum banco regional pode sobreviver a más notícias ou dados ruins, já que inevitavelmente segue uma queda no preço das ações, resgates de depósitos segurados e não segurados, além de anúncios sobre ‘buscar alternativas estratégicas’, que significam um fechamento do FDIC no próximo fim de semana”, disse Ackman.
Michael Barr, vice-presidente de supervisão do Federal Reserve (Fed), e o presidente do FDIC, Martin Gruenberg, devem testemunhar nas audiências do Comitê Bancário do Senado sobre quebras de bancos americanos no final deste mês.
As audiências acontecem enquanto Barr lidera um esforço no Fed para revisar uma série de regras que se aplicam a empresas com mais de US$ 100 bilhões em ativos, incluindo testes de estresse e requisitos de liquidez, após as falhas.
Em março, Ackman sugeriu que o FDIC deveria garantir todos os depósitos do SVB após seu colapso, pouco antes de os EUA implementarem medidas de emergência para proteger os bancos. Ele pediu repetidamente uma melhoria no programa de garantia de depósitos.
Ele disse então que ele e a Pershing Square não tinham exposição direta ao SVB e que “coletivamente, minha exposição de risco é inferior a 10% de meus ativos”.
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