Possível pausa do Fed impulsiona ativos de risco e cobre se recupera

Porém, alguns especialistas alertam que os ganhos podem ser de curta duração, já que os temores de uma recessão se intensificam

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Bloomberg — A especulação de que o Federal Reserve (Fed) está pronto para interromper o aumento das taxas de juros aumenta o apetite por ativos de risco como o cobre, que se recupera de seu fechamento mais baixo em quatro meses.

A melhora ocorre depois que o cobre caiu no início da semana, atingido por dados contraditórios da China e pelos contínuos problemas no setor bancários dos Estados Unidos, contexto que reaviva os temores de uma recessão.

Diante da recuperação irregular da economia chinesa e das preocupações com o crescimento nos países ocidentais, o metal quase apagou os ganhos obtidos no início deste ano.

Ontem, o presidente do Fed, Jerome Powell, deu a entender que o mais recente aumento da taxa de juros do banco central dos EUA poderia ser o último do atual ciclo, embora não tenha declarado vitória em sua batalha contra a inflação galopante.

Powell sugeriu que as autoridades podem pausar sua campanha de aperto em junho para avaliar como a economia está respondendo às condições de crédito mais apertadas.

O dólar americano caiu pelo terceiro dia, tornando as commodities denominadas em dólar mais baratas para os detentores de outras moedas.

No entanto, os ganhos com a especulação de uma pausa nas taxas do Fed e um dólar mais fraco podem ter vida curta, já que os temores de uma recessão continuam a aumentar, disse Fan Rui, analista da Guoyuan Futures Co, por telefone, de Xangai.

Na China, a recuperação econômica no principal país consumidor de metais mostrou mais sinais de desequilíbrio, com a atividade industrial contraindo-se pela primeira vez em meses, enquanto um aumento nas viagens de férias alimentou os gastos dos consumidores.

O índice Caixin de gerentes de compras do setor industrial da China caiu para 49,5 no mês passado, de 50 em março, apontando para uma contração na produção industrial pela primeira vez desde janeiro.

O cobre subia 1%, a US$ 8.553 por tonelada, na Bolsa de Metais de Londres, às 7h37, horário local. Outros metais industriais eram cotados a taxas mais baixas, revertendo os ganhos anteriores.

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