Minério de ferro afunda abaixo de US$ 100 após a queda do preço do aço chinês

Principal produto de exportação da Vale atingiu a menor cotação desde novembro diante da demanda mais fraca da China

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Bloomberg — O minério de ferro afundou para menos de US$ 100 a tonelada, o nível mais baixo desde novembro, diante da queda dos preços de aço na China e sinais de uma contração inesperada na produção industrial do país. O minério é o principal produto de exportação da Vale (VALE3), que tem a China como o maior destino.

O baixo consumo obriga as usinas siderúrgicas a reduzirem ainda mais os preços, em um sinal de fraqueza prolongada, apesar de a China estar no início do período que normalmente corresponde à alta temporada de construção. Projetos imobiliários e de infraestrutura há anos representam o principal motor da demanda por aço no país.

Enquanto isso, um levantamento junto a gerentes de compra sinalizou que a atividade das fábricas caiu em abril, destacando os desafios da recuperação econômica após o fim da política de Covid Zero.

As usinas chinesas têm poucos motivos para reabastecer seus estoques de minério neste momento, com preocupações crescentes de recessão no exterior, enquanto a produção das mineradoras tende a aumentar nos próximos meses, disse a Yongan Futures em nota. Isso pode fazer com que o minério se acumule nos armazéns dos portos chineses.

Enquanto isso, as importações chinesas de minério da Austrália subiram para 14,7 milhões de toneladas na semana até 21 de abril, recuperando-se da semana anterior, quando um ciclone interrompeu embarques do principal porto australiano.

Os preços podem continuar sob pressão no segundo semestre, com a demanda decepcionante na China e expectativas de volumes maiores do Brasil, disse o Bank of America.

A matéria-prima siderúrgica foi negociada em queda de até 2,3% em Singapura nesta quinta-feira, a US$ 99 a tonelada, ampliando sua queda na semana para mais de 5%, e declínio de 25% em relação ao pico de meados de março.

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