Minério de ferro afunda abaixo de US$ 100 após a queda do preço do aço chinês

Principal produto de exportação da Vale atingiu a menor cotação desde novembro diante da demanda mais fraca da China

Vale SA's Brucutu mine in Barao de Cocais, Brazil, on Thursday, May 9, 2013
Por Yee Xing Ng "Liz"
04 de Maio, 2023 | 10:16 AM

Bloomberg — O minério de ferro afundou para menos de US$ 100 a tonelada, o nível mais baixo desde novembro, diante da queda dos preços de aço na China e sinais de uma contração inesperada na produção industrial do país. O minério é o principal produto de exportação da Vale (VALE3), que tem a China como o maior destino.

O baixo consumo obriga as usinas siderúrgicas a reduzirem ainda mais os preços, em um sinal de fraqueza prolongada, apesar de a China estar no início do período que normalmente corresponde à alta temporada de construção. Projetos imobiliários e de infraestrutura há anos representam o principal motor da demanda por aço no país.

Enquanto isso, um levantamento junto a gerentes de compra sinalizou que a atividade das fábricas caiu em abril, destacando os desafios da recuperação econômica após o fim da política de Covid Zero.

As usinas chinesas têm poucos motivos para reabastecer seus estoques de minério neste momento, com preocupações crescentes de recessão no exterior, enquanto a produção das mineradoras tende a aumentar nos próximos meses, disse a Yongan Futures em nota. Isso pode fazer com que o minério se acumule nos armazéns dos portos chineses.

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Enquanto isso, as importações chinesas de minério da Austrália subiram para 14,7 milhões de toneladas na semana até 21 de abril, recuperando-se da semana anterior, quando um ciclone interrompeu embarques do principal porto australiano.

Os preços podem continuar sob pressão no segundo semestre, com a demanda decepcionante na China e expectativas de volumes maiores do Brasil, disse o Bank of America.

A matéria-prima siderúrgica foi negociada em queda de até 2,3% em Singapura nesta quinta-feira, a US$ 99 a tonelada, ampliando sua queda na semana para mais de 5%, e declínio de 25% em relação ao pico de meados de março.

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