Bloomberg — A Americanas (AMER3) fechou outras oito lojas em março, cortando custos em meio a negociações com credores para chegar a um acordo de reestruturação de dívida para sair da recuperação judicial.
A Americanas encerrou março com 1.855 lojas e já fechou 27 lojas neste ano, segundo relatório mensal elaborado por administrador judicial. A base ativa de clientes caiu para 46,3 milhões no mês, ante 49,1 milhões na virada do ano.
O número de funcionários no final do mês era de 39.291, depois de subir para 40.357 nas semanas que antecederam a Páscoa, um feriado movimentado para a varejista por causa das vendas de ovos de chocolate.
A Americanas pediu recuperação judicial em janeiro, depois que um enorme rombo contábil de R$ 20 bilhões foi revelado, dobrando seu passivo.
Agora as negociações com os bancos, que detêm cerca de 63% da dívida total, avançam com um plano para que o trio de acionistas bilionários, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, injete R$ 10 bilhões com um adicional de R$ 2 bilhões de investimentos dependendo da situação financeira da empresa.
“Como é de praxe nessas negociações, ainda há alguns detalhes a serem acertados”, disse a empresa no relatório. “Entre eles estão as condições para possíveis injeções de capital.”
A posição de caixa da Americanas caiu para R$ 1,3 bilhão em março, ante R$ 4,6 bilhões antes da crise, segundo o relatório.
O prazo para pagar fornecedores encolheu ainda mais para apenas seis dias, ante 10 dias em fevereiro e124 dias em janeiro, mostrando como a empresa perdeu a capacidade de alongar suas operações de contas a pagar durante a crise. Ainda assim, a Americanas disse que já reiniciou os negócios com quase todos os seus fornecedores.
Os investimentos foram de apenas R$ 16 milhões no mês, queda de 92,5% em relação ao ano anterior, embora ligeiramente acima do valor registrado em fevereiro. E o estoque nas lojas estava com 43% da capacidade em março, ante 70% um ano antes.
Muitas das respostas às perguntas do administrador foram mantidas em sigilo por serem consideradas dados estratégicos e fundamentais para as atividades.
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