Bloomberg — As ações do PacWest Bancorp (PACW) de o Western Alliance Bancorp (WAL) caíram mais de 25% cada um nesta terça-feira (2), levando a uma nova onda de vendas de papéis de bancos regionais em Wall Street, enquanto os investidores continuam avaliando a saúde do setor após a segunda maior quebra de um banco dos EUA de todos os tempos.
As negociações de ações de ambos os bancos foram interrompidas devido à volatilidade, em meio à queda mais ampla que derrubou o índice de ações de banco regionais (KBW Regional Banking Index) em até 6,1%, a maior queda intradiária desde 17 de março.
Os papéis dos bancos Comerica e Zions Bancorp (ZION) caíram mais de 10%, enquanto as ações do Charles Schwab (SCHW), a corretora com um braço bancário que está sob pressão após a crise bancária, caiu 5,3%.
A retração do setor ocorre um dia após o resgate e venda do First Republic Bank (FRC) para o JPMorgan Chase (JPM), e ressalta as preocupações contínuas dos investidores sobre os concorrentes dos quatro bancos que entraram em colapso desde o início de março. A queda já derrubou o indicador bancário regional em 28% este ano.
O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, foi rápido em afirmar que a atual fase da crise bancária “acabou” durante uma teleconferência discutindo a aquisição do First Republic por seu banco na segunda-feira (1º). Ele recomendou a todos que “respirem fundo” para enfrentar as taxas de juros ainda mais altas e o estresse no setor imobiliário comercial, que representam uma ameaça para o setor bancário.
“Embora o desfecho do First Republic Bank seja um bom sinal, não tivemos uma solução clara para a falta de confiança nos bancos regionais e podemos precisar de uma resposta mais holística dos reguladores ou do governo”, disse Herman Chan, analista da Bloomberg Intelligence, em mensagem.
O Western Alliance e o PacWest estão entre uma série de bancos regionais que enfrentam desconfiança de investdores depois que o Silvergate Capital Corp., o SVB Financial Group e o Signature Bank entraram em colapso e demonstraram a fraqueza do bancos comerciais por incompatibilidades de ativos e passivos e depósitos não segurados.
Mas ambas as empresas divulgaram resultados financeiros em abril que pareceram apaziguar os investidores, indicando que suas bases de depósitos se estabilizaram ou se recuperaram após as saídas iniciais em março.
“Parece que o acordo do JPMorgan com a FRC nos deu um dia de calma para o setor bancário. As ações de bancos regionais ainda parecem vulneráveis até que vejamos sinais claros de que os programas de empréstimos de emergência podem acabar”, disse Ed Moya, analista sênior de mercado da Oanda. “Wall Street está se perguntando qual banco poderia ser o próximo que precisa de um resgate e isso está facilitando a escolha de outros bancos regionais.”
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