Investidores tentam reaver US$ 1,7 bilhão perdidos com aquisição do Credit Suisse

Escritório entrou com ação ao avaliar que a agência reguladora da Suíça praticou abuso de poder ao ordenar baixa contábil dos títulos AT1

Títulos AT1 do Credit Suisse são negociados a poucos centavos de dólar
Por Hugo Miller - Sabah Meddings
02 de Maio, 2023 | 04:06 PM
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Bloomberg — Cerca de 790 investidores que possuem títulos de nível 1 do Credit Suisse (CS) entraram com um processo contra o regulador bancário da Suíça (Finma) depois que seus títulos, avaliados em cerca de US$ 1,7 bilhão, viraram pó após a aquisição pelo UBS Group (UBS).

Pelo menos outras três queixas nesse sentido já foram registradas, uma delas envolvendo 400 investidores que detinham US$ 4,5 bilhões desses títulos.

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O escritório de advocacia Pallas Partners, que entrou com a ação em um tribunal suíço em 18 de abril, argumenta que a agência reguladora Finma não tinha o direito de ordenar a baixa contábil e está buscando uma compensação total para seus clientes.

Entre eles, estão 90 investidores institucionais e gestores de ativos com um total de US$ 1,35 bilhão alocados nos chamados títulos Nível 1, além de outros 700 clientes de varejo e family offices que possuem cerca de US$ 300 milhões.

“Isso foi um abuso de processo e o procedimento de resolução não deve ser usado pela Suíça para permitir que o UBS assuma o controle do Credit Suisse em detrimento dos detentores de AT1″, disse Natasha Harrison, fundadora e sócia-gerente da Pallas, em um comunicado.

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As reivindicações mais recentes indicam que os investidores, que representam mais de um terço dos US$ 17 bilhões em títulos AT1 emitidos pelo Credit Suisse, agora tentam recuperar seu dinheiro.

No mês passado, o escritório de advocacia norte-americano Quinn Emmanuel entrou com uma ação no tribunal suíço representando mais de 400 investidores institucionais que detinham cerca de US$ 4,5 bilhões em AT1s, e pelo menos duas outras reclamações foram apresentadas.

Criados após a crise financeira de 2008, os AT1s são o degrau mais baixo da dívida bancária. Eles geram retornos substanciais em tempos de bonança, mas são os que sofrem o primeiro golpe quando um banco enfrenta problemas.

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Até mesmo os acionistas – geralmente a primeira peça de dominó a cair em tais situações – recuperaram algum valor após a aquisição coordenada pelas autoridades suíças, enquanto os detentores de títulos AT1 do Credit Suisse não levaram nada.

Muitos detentores desses títulos ficaram furiosos com a medida e os órgãos reguladores europeus se apressaram em garantir aos investidores que o acordo suíço era uma exceção.

As reivindicações sobre esses títulos AT1 do Credit Suisse foram cotadas em cerca de cinco centavos de euro nas últimas semanas, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto.

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O presidente do UBS, Colm Kelleher, disse que planeja finalizar a aquisição neste trimestre, mais precisamente em maio.

-- Com a colaboração de Lucca de Paoli

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