Bancos dos EUA elevaram gastos com lobby em 19% no trimestre da quebra do SVB

Trinta e dois dos maiores bancos e quatro grupos de classe gastaram coletivamente US$ 22 milhões para influenciar os legisladores de janeiro a março de 2023

Vista do Capitólio em Washington: gastos de bancos com lobby aumentou no primeiro trimestre de 2023
Por Laura Davison - Bill Allison
30 de Abril, 2023 | 12:36 PM

Bloomberg — Os maiores bancos dos Estados Unidos e os grupos que os representam aumentaram os gastos com lobby para negociações de projetos no Congresso em 19,3% no último trimestre, à medida que os temores de uma contágio bancário - e de regulações subsequentes - se espalhavam.

Trinta e dois dos maiores bancos e quatro entidades de classe coletivamente gastaram US$ 22 milhões para influenciar os legisladores no primeiro trimestre de 2023, de acordo com as divulgações de lobby federais, um aumento em relação aos US$ 18,4 milhões no mesmo período do ano passado.

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Bancos regionais, incluindo o PNC Financial Services Group, o KeyCorp e o Citizens Financial Group, estavam entre aqueles que mais aumentaram as despesas com lobby.

O Bank Policy Institute, que conta com grandes e médios bancos entre seus membros, quase quadruplicou seus gastos, de US$ 550 mil no primeiro trimestre do ano passado para US$ 1,9 milhão nos primeiros três meses deste ano. Nenhum deles respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.

O aumento no lobby dos bancos coincidiu com o colapso da Silvergate Capital, um banco que operava criptomoedas, e dos players regionais ou segmentados Silicon Valley Bank e Signature Bank, o que minou a confiança no sistema bancário e gerou apelos por maior escrutínio.

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Maiores gastos em lobby bancário | Grandes bancos e entidades de classe gastaram mais em lobby

Embora os gastos com lobby possam flutuar devido a uma variedade de fatores, incluindo o quanto as empresas desejam investir na influência de políticas que podem levar anos para serem implementadas, o aumento quase universal sugere que os bancos reagiram à perspectiva de mais regulamentações.

Apenas SVB, State Street, Truist Financial e Ally Financial reduziram os gastos em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

O SVB, que em março se tornou o maior banco comercial (exclui bancos de investimento) a quebrar desde a crise financeira de 2008, gastou US$ 30 mil, abaixo dos US$ 50 mil do primeiro trimestre do ano passado.

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As empresas devem listar os temas específicos para os quais estão fazendo lobby no Congresso, mas muitas vezes são vagas. O SVB não foi exceção, nomeando apenas uma prioridade para o primeiro trimestre: “Questões bancárias relacionadas à inovação e à tecnologia”.

O Departamento do Tesouro, o Federal Reserve e a Federal Deposit Insurance Corp (FDIC, equivalente ao Fundo Garantidor de Crédito no Brasil) chegaram a um acordo de última hora para proteger os depositantes do SVB, com atuação focada em startups, temendo que não proteger esses fundos pudesse levar a uma corrida bancária em todo o sistema. O FDIC está vendendo os ativos do banco.

O Signature Bank, que tem ligações com a indústria de criptomoedas e foi fechado pelos reguladores em março, não relatou ter gasto nada em lobby desde 2020.

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Antes da turbulência bancária, bancos maiores como o US Bancorp e o PNC já estavam se preparando para mais regulamentações desde que Michael Barr assumiu como o segundo oficial do Fed na área de supervisão no verão passado. As quebras no setor em março significam que ainda mais bancos provavelmente enfrentarão regulamentações ou escrutínio do Congresso.

Os que parecem menos preocupados em aumentar sua presença de lobby em Washington? Os maiores bancos e os menores.

Muitos bancos comunitários não possuem seus próprios lobistas, mas o grupo de classe que os representa gastou em um nível que estava em linha com trimestres anteriores.

Da mesma forma, os bancos sistemicamente importantes, como o Bank of America (BAC) e o Citigroup (C), já estão sujeitos a regulamentações impostas após a crise financeira de 2008 e não aumentaram seus gastos como os bancos regionais menores, que são mais propensos a estarem sujeitos a regulamentações adicionais.

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