Americanas: Sicupira é reeleito para conselho e reestruturação tem aval

Em sua primeira assembléia geral desde a eclosão da crise em janeiro, minoritários conseguem a inclusão do advogado Pierre Moreau para o conselho

Lojas físicas da Americanas: impacto da crise desde janeiro e do fechamento de algumas lojas ainda não foi revelado pela companhia
Por Daniel Cancel
30 de Abril, 2023 | 08:13 AM

Bloomberg — Acionistas da varejista brasileira Americanas (AMER3) votaram para ratificar a maioria dos nomes propostos para seu conselho de administração, depois que a empresa entrou em recuperação judicial em janeiro, após a revelação de um grande erro contábil da ordem de R$ 20 bilhões.

Em assembléia geral realizada neste sábado (29), Carlos Alberto Sicupira, um dos bilionários fundadores da 3G Capital que também está entre os maiores acionistas da Americanas, foi reeleito para o conselho.

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Os acionistas minoritários conseguiram eleger Pierre Moreau, experiente advogado e sócio fundador da Moreau e Valverde Advogados. Ele foi proposto por Bonsucex Holding, Silvio Tini de Araujo, EWZ Brasil Fundo de Investimentos de Ações e EWZ Investments LLC, que juntos detêm mais de 5% das ações.

O plano de reestruturação da empresa também foi ratificado, conforme ata da reunião, ainda que o acordo com os principais credores - alguns dos maiores bancos do país - não tenha sido acertado.

A Americanas chocou investidores e credores em janeiro, quando seu então novo CEO, o executivo Sergio Rial, renunciou nove dias após a descoberta de um buraco contábil de R$ 20 bilhões (US$ 4 bilhões) que dobrou a dívida da empresa.

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A Americanas está negociando com bancos brasileiros um acordo pode ser alcançado nas próximas semanas, segundo pessoas a par das negociações. A proposta inclui uma injeção de capital de R$ 10 bilhões ,com potencial para R$ 2 bilhões de caixa adicional posteriormente, de seus principais acionistas, dependendo de uma série de fatores financeiros.

Os bilionários fundadores da 3G, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Sicupira, já injetaram pelo menos R$ 2 bilhões na Americanas para garantir a continuidade das operações durante o processo de recuperação judicial, que já mais de três meses. O trio disse em um comunicado no início deste ano que desconhecia os problemas contábeis da empresa.

Embora a crise tenha reduzido o valor de suas participações na Americanas, isso não prejudicou suas fortunas como um todo. Mas sua reputação como alguns dos executivos de negócios mais respeitados do Brasil sofreu um golpe, com alguns bancos e investidores chamando o desastre da Americanas de a maior fraude da história corporativa do país.

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A Americanas evitou demissões em massa e o fechamento amplo de lojas desde o início da crise, mas as vendas por meio de sua plataforma online caíram, de acordo com um relatório divulgado em março. Tem havido ordens de despejos de alguns shoppings que ficaram sem receber o pagamento de aluguéis.

A varejista com sede no Rio de Janeiro prometeu vender ativos, incluindo uma rede de supermercados de alimentos naturais e outras marcas de varejo, bem como um jato executivo. Pelo menos R$ 2 bilhões dos recursos seriam usados para pagar dívidas, disse a empresa em sua proposta de reestruturação.

- Com a colaboração de Danielle Chaves.

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