Bloomberg — A proporção de jovens que lutam para pagar as contas do dia-a-dia aumentou em relação ao ano anterior, enquanto a de idosos que vivem de salário em salário se estabilizou, de acordo com um novo relatório.
A pesquisa, conduzida pela LendingClub Corp. em parceria com a publicação da indústria financeira Pymnts.com, mostra uma diferença cada vez maior entre as gerações na forma como os americanos estão lidando com a inflação e o custo de vida mais alto.
Quase dois terços dos adultos da Geração Z – pessoas com 26 anos ou menos – viviam de salário em salário em março, um aumento de 8 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior.
Essa geração está no início da carreira, ou seja, recebe salários mais baixos, e tende a ter uma parcela maior de endividamento como proporção da renda. Eles também são mais propensos a gastar em refeições e entretenimento, mesmo quando lutam para cobrir as despesas diárias.
Por outro lado, a parcela dos baby boomers - nascidos no pós-Segunda Guerra Mundial, hoje com idade entre algo como 58 e 76 anos - que não tem mais nada após pagar suas contas mensais caiu para menos de 50%. Isso sugere que essa faixa etária, muitos dos quais são aposentados e vivem com uma renda fixa, reduziu seus gastos para lidar com os preços mais altos, segundo o estudo.
Viver de salário em salário não implica automaticamente dificuldades financeiras. De fato, uma grande parcela dos que ganham mais depende inteiramente de sua renda mensal para cumprir as obrigações básicas no país, de acordo com o LendingClub. Mas essas pessoas estão à mercê de qualquer despesa inesperada e estariam em dificuldade imediata se perdessem sua fonte de renda.
Não possuem, portanto, a chamada reserva de emergência, montante recomendado de economia que equivale a algo como seis meses de seus gastos mensais.
Um golpe orçamentário que aguarda milhões de consumidores, nos Estados Unidos e em outros países, é a retomada do pagamento de dívidas estudantis, que foram congeladas durante a pandemia.
Nos EUA, um plano do governo Biden de perdoar até US$ 20.000 em empréstimos estudantis está suspenso até uma decisão da Suprema Corte, depois da oposição de republicanos da Câmara.
“Vai ser difícil para muitas pessoas lidar com futuras despesas de emergência, incluindo pagamentos previstos como educação, empréstimos estudantis e despesas com moradia, que ficarão mais difíceis de equilibrar para o consumidor comum”, disse Anuj Nayar, diretor de saúde financeira do LendingClub.
O relatório é baseado em uma pesquisa com quase 3.400 consumidores dos Estados Unidos realizada de 8 a 17 de março.
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