CEO fugitivo e preso no Brasil terá que pagar US$ 3,4 bi por pirâmide de bitcoin

Cornelius Johannes Steynberg, fundador da Mirror Trading, foi condenado pela acusação de fraude ligada a transações de varejo em moeda estrangeira

Segundo autoridades de outros países, o golpe atraiu investidores dos EUA ao Canadá, passando por Namíbia e África do Sul
Por Olga Kharif
29 de Abril, 2023 | 09:14 AM

Bloomberg — Um juiz dos Estados Unidos ordenou que um executivo sul-africano pagasse mais de US$ 3,4 bilhões em restituição e multas por um esquema de fraude - uma pirâmide - envolvendo bitcoin (XBTUSD). Foi a maior penalidade monetária civil em qualquer caso da US Commodity Futures Trading Commission.

Cornelius Johannes Steynberg, fundador e diretor-executivo da Mirror Trading International Proprietary, cometeu fraude ligada a transações de varejo em moeda estrangeira, entre outras violações, disse a agência em um comunicado que anunciou a ordem do juiz federal Lee Yeakel.

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O golpe atraiu investidores dos EUA ao Canadá, Namíbia e África do Sul, onde a Autoridade de Conduta do Setor Financeiro colocou a MTI em liquidação provisória em dezembro de 2020.

A busca pelo CEO da empresa começou para valer quando a administração da MTI, que alegou ter 260 mil membros, disse em uma carta postada no Telegram que essas pessoas foram enganadas e que Steynberg fugiu para o Brasil.

Entre 2018 e 2021, Steynberg participou de um “esquema fraudulento de marketing multinível” global para solicitar Bitcoin de pessoas para participação em um pool de commodities não registrado operado pela Mirror Trading, de acordo com a CFTC.

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Ele teria solicitado pelo menos 29.421 bitcoins - no valor de mais de US$ 1,7 bilhão em março de 2021 - de pelo menos 23.000 indivíduos nos EUA e mais de todo o mundo, para participação em um pool de commodities não registrado que sua empresa operava.

“Seja direta ou indiretamente, os réus se apropriaram indevidamente de todo o bitcoin que aceitaram dos participantes do pool”, disse a CFTC.

Embora a agência tenha aplicado a multa a Steynberg, ela advertiu que “pode não resultar na recuperação de qualquer dinheiro perdido porque os infratores podem não ter fundos ou ativos suficientes”.

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Steynberg, um fugitivo da polícia sul-africana, está detido no Brasil por meio de um mandado de prisão da Interpol desde o final de 2021, informou a CFTC. O regulador o proibiu permanentemente de negociar em qualquer mercado regulado pela CFTC.

A FSCA da África do Sul disse que responderia às perguntas da Bloomberg News, mas não havia retornado até o momento da reportagem.

O escândalo levou as autoridades sul-africanas a regular o comércio de criptomoedas e, no ano passado, declarou os criptoativos como produtos financeiros, exigindo que as empresas envolvidas obtivessem uma licença a partir de 1º de junho.

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--Com a ajuda de Adelaide Changole.

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