Petróleo caminha para sexta queda mensal e pior desempenho desde 2015

Preocupações com uma desaceleração da economia dos Estados Unidos, Ásia e Europa, além de juros elevados, pesam sobre perspectivas de demanda

Preços da commodity caminham para o sexto recuo mensal consecutivo – o pior desempenho desde 2015
Por Paul Burkhardt - Yongchang Chin
28 de Abril, 2023 | 08:15 AM

Bloomberg — Os contratos futuros de petróleo dos Estados Unidos caminham para a mais longa série de perdas mensais em mais de oito anos, com as preocupações de desaceleração nos EUA e na Ásia pesando sobre as perspectivas de demanda.

Apesar da leve alta do petróleo tipo West Texas Intermediate (WTI) para junho nesta sexta-feira (28), os preços da commodity caminham para o sexto recuo mensal consecutivo – o pior desempenho desde 2015.

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Os investidores veem a inflação nos EUA continuando a acelerar, reforçando as expectativas de que o Federal Reserve será forçado a continuar elevando as taxas e aumentando as chances de uma recessão que reduza a demanda. O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou o Banco Central Europeu para trilhar com cuidado o caminho para mais aumentos de juros.

A queda nas margens de lucro das refinarias na Ásia já está mostrando fraqueza na maior região importadora de petróleo, mas a recuperação da China está começando a se firmar. A principal processadora Sinopec disse que a recuperação do país aumentará o crescimento da demanda por derivados de petróleo refinado em mais de 10% este ano.

O petróleo sofreu uma queda brusca em abril, subindo fortemente depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) anunciaram um corte na produção, mas desistiram desses ganhos quando as perspectivas se deterioraram.

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O fornecimento da Rússia permaneceu sólido, apesar das sanções do G7, e a recuperação da China foi mais lenta do que alguns esperavam.

“O mercado parece um pouco mais preocupado com as perspectivas de demanda antes das grandes reuniões do Banco Central Europeu e do Fed na próxima semana, onde as taxas serão aumentadas novamente”, disse Jens Pedersen, diretor de pesquisa de petróleo e commodities do Danske Bank.

Embora seja “provavelmente muito cedo para outro corte surpresa na produção” da Opep+, as especulações podem começar a crescer nessa direção antes da próxima reunião do grupo, disse ele.

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Os traders estarão atentos aos balanços do primeiro trimestre de grandes petrolíferas, incluindo Exxon Mobil e Chevron, que podem oferecer insights sobre suas perspectivas para o mercado global.

Confira os preços do petróleo nesta sexta-feira (28):

  • O petróleo WTI para junho subia 0,36%, a US$ 75,03 por volta das 8h10 (horário de Brasília);
  • O petróleo tipo Brent, por sua vez, subia 0,68%, a US$ 78,90.

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