Bloomberg Línea — O núcleo da inflação ao consumidor nos Estados Unidos, que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia, teve alta de 0,3% em março, em linha com o esperado, reforçando um possível novo aumento da taxa de juros do Federal Reserve na próxima semana. É o que mostram os dados do Índice de Gastos de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) divulgados nesta sexta-feira (28).
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Economistas consultados pela Bloomberg estimavam alta de 0,3% do núcleo do PCE em relação ao mês anterior, quando a alta também foi de 0,3%. Em 12 meses, o indicador subiu 4,6%. Já o índice principal subiu 0,1% na base mensal, limitado por uma queda nos custos de energia.
Após a divulgação, os índices futuros de ações de Wall Street mantiveram as perdas: o S&P 500 caía 0,33%, enquanto o Nasdaq 100 tinha baixa de 0,25% por volta das 9h50 (horário de Brasília).
Apesar do mercado de trabalho se mostrar forte, os consumidores estão começando a perder força. As despesas de consumo pessoal, ajustadas pela inflação, ficaram inalteradas no mês passado, após uma queda revisada para baixo de 0,2% em fevereiro.
O PCE é um indicador de inflação que mede a variação dos preços de bens e serviços consumidos pelas famílias americanas e, por isso, é um dos indicadores preferidos do Federal Reserve para monitorar a estabilidade da moeda.
Os dados de inflação nos Estados Unidos – que vêm na esteira de outros dados da economia americana, como o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre – são acompanhados de perto por investidores, que buscam entender os próximos passos da autoridade monetária em sua luta contra a inflação.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) se reúne na próxima semana para decidir o rumo da taxa de juros nos EUA. Com dados mostrando a resiliência da atividade, a expectativa do mercado é por um aumento de 0,25 ponto percentual.
Em março, o Fed elevou a taxa de juros em 0,25 p.p., para um intervalo de 4,75% a 5% – a maior faixa dos juros americanos desde 2007, quando o país estava às vésperas da crise financeira global.
Custos dos salários
Também nesta sexta-feira (28) foram divulgados os custos dos salários nos EUA, que aceleraram acima do previsto no início do ano, sinalizando pressões inflacionárias adicionais que podem levar o Fed a continuar no seu caminho de aperto monetário na próxima semana.
O índice de custo do emprego, uma medida que analisa salários e benefícios, aumentou 1,2% no primeiro trimestre, segundo dados do Departamento do Trabalho dos EUA divulgados nesta manhã. Economistas consultados pela Bloomberg estimavam alta de 1,1%.
-- Com informações da Bloomberg News
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