Bloomberg — Divulgações de indicadores como Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no primeiro trimestre, além de dados sobre custo da mão de obra, consumo e inflação nos próximos dias devem manter o Federal Reserve (Fed) a caminho de outro aumento de juros na próxima semana.
Os números provavelmente apresentarão o quadro de uma economia que começou o ano forte – impulsionada em grande parte por um aumento nos gastos do consumidor em janeiro – antes de perder força.
A inflação, no entanto, ainda deverá ficar quase o dobro da meta do Fed, sustentada pela demanda por serviços e forte crescimento salarial.
Os relatórios serão divulgados menos de uma semana antes da decisão do Fed no dia 3 de maio.
Confira a seguir as expectativas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos dos EUA que serão publicados nesta quinta e sexta-feira:
PIB do primeiro trimestre
Espera-se que o PIB dos EUA apresente crescimento a uma taxa anualizada de 2%, impulsionado principalmente pelo que provavelmente será o trimestre mais forte para gastos pessoais em quase dois anos.
Mas depois de um início de ano vigoroso, os gastos das famílias perderam força à medida que o trimestre avançou.
“Parte do crescimento da atividade no primeiro trimestre será um pouco errôneo, porque deve-se à força de janeiro”, disse Shannon Seery, economista do Wells Fargo, que espera um segundo trimestre mais fraco.
PCE
Assim como o CPI, o índice de preços ao consumidor mais conhecido, o PCE, que mede as despesas com consumo pessoal, será divulgado na sexta-feira (28).
A expectativa é de que mostre sinais de inflação mais moderada no mês passado, mas também áreas de força subjacente, principalmente em serviços.
O presidente Jerome Powell e os outros dirigentes do Fed têm enfatizado a importância de observar a inflação de serviços, excluindo energia e habitação, para avaliar as pressões de preços.
A Bloomberg Economics antecipa que este “supenúcleo” da inflação acelerou em março, aumentando a pressão sobre o Fed para elevar os juros em mais 0,25 ponto percentual na próxima semana.
Excluindo alimentos e energia, o núcleo do PCE deve ter subido 0,3% no mês. O número principal, contudo, deve registrar alta de apenas 0,1%, graças aos custos mais baixos de energia.
Custos de mão de obra
Também na sexta-feira, os investidores vão monitorar o índice de custo do emprego — uma das medidas de salários preferida entre os economistas, principalmente os do Fed.
O consenso do mercado aponta para aumento de 1,1% nos primeiros três meses do ano, uma ligeira aceleração em relação ao período anterior.
O dado “é realmente importante para o Fed” para a compreender como está o ciclo de retroalimentação entre salários e inflação, disse Seery.
--Com a colaboração de Kristy Scheuble
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