Cofundador da Terraform Labs e nove funcionários são indiciados na Coreia do Sul

Indiciamento ocorre por comércio ilegal e quebra de confiança; promotores congelaram cerca de US$ 184,7 mi em ativos dos investigados até agora

Cofundador do Terralabs, Daniel Shin, em aparição no tribunal
Por Sangmi Cha e Hooyeon Kim
26 de Abril, 2023 | 11:41 AM

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Bloomberg — A Coreia do Sul indiciou o cofundador da Terraform Labs, Daniel Shin, juntamente com outras nove pessoas por várias acusações, incluindo violações à lei do mercado de capitais relacionadas ao projeto de criptomoeda Terra (LUNA), que implodiu no ano passado.

Os promotores congelaram 246,8 bilhões de won (cerca de US$ 184,7 milhões) em ativos dos investigados até agora, disse Dan Sung Han, promotor-chefe que lidera o departamento de investigação de crimes financeiros, em uma coletiva de imprensa na terça-feira (25).

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As autoridades indiciaram oito pessoas, incluindo Shin, por comércio ilegal e outros dois indivíduos por quebra de confiança. Os acusados estão todos ligados diretamente ao projeto Terra, inclusive nas áreas de marketing, desenvolvimento de sistemas e gestão, disseram os procuradores.

O caso gira em torno da implosão do TerraUSD, uma stablecoin algorítmica, e seu token irmão Luna. Ambos entraram em colapso em maio do ano passado, ampliando uma desaceleração mais ampla de US$ 2 trilhões no mercado cripto.

Funcionários disseram que o projeto Terra foi uma “fabricação” desde o início, dizendo em um comunicado que o algoritmo que ajudou a manter o TerraUSD a um preço estável era impossível de acertar.

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Shin e outros acusados causaram “danos astronômicos” para investidores globais, segundo o comunicado.

“Shin não tinha nada a ver com o colapso do Terra quando deixou a empresa dois anos antes”, disse seu advogado, Kim Ki-dong, em um comunicado.

“Ele retornou voluntariamente à Coreia do Sul imediatamente após o colapso e tem cooperado fielmente com a investigação por mais de 10 meses, na esperança de contribuir para a apuração dos fatos.”

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Prisão de Do Kwon

Antes do colapso do Terra, os envolvidos obtiveram 463 bilhões de won em lucro, e as autoridades estão rastreando os ganhos ilegais, disseram eles, acrescentando que no processo de construção do projeto Terra, os acusados expuseram os detalhes de pagamento de seus clientes ilegalmente e desviaram fundos corporativos.

Os promotores redobraram recentemente os esforços para localizar e prender Shin, um empresário de tecnologia que ajudou a criar o Terra, um projeto criptográfico que entrou em um colapso de US$ 60 bilhões no ano passado

Um tribunal sul-coreano rejeitou em dezembro um mandado de prisão para Shin, dizendo que ele provavelmente não destruiria evidências nem representava risco de fuga.

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No mês passado, seu co-fundador Do Kwon foi preso em Montenegro sob a acusação de fraude e violação da lei do mercado de capitais. Kwon, um fugitivo de sua terra natal, a Coreia do Sul, também é procurado pelos Estados Unidos.

As autoridades coreanas estão colaborando com os Estados Unidos no caso, disseram eles, sem fornecer detalhes.

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