Santander Brasil lucra R$ 2,1 bi no 1º trimestre, acima do consenso do mercado

Nos primeiros três meses do ano, o banco registrou ROE de 10,6%, acima dos 9,10% esperados por economistas consultados pela Bloomberg

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Bloomberg Línea — O Santander Brasil (SANB11) teve um lucro líquido acima do esperado no primeiro trimestre, após conter a disparada da inadimplência, além de aumentar a carteira de crédito e receitas com serviços bancários.

A filial do banco espanhol lucrou R$ 2,140 bilhões entre janeiro e março, alta de 26,7% em relação ao trimestre anterior, mas uma queda de 46,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

O resultado, divulgado na manhã desta terça-feira (25), ficou acima do consenso do mercado (R$ 1,92 bilhão). O Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE), indicador de rentabilidade, terminou o primeiro trimestre em 10,6%, acima dos 9,10% esperados por economistas consultados pela Bloomberg.

O banco encerrou março com uma base total de clientes de 61,6 milhões, aumento anual de 12%. A carteira de crédito do Santander Brasil cresceu 2,2% em três meses e 9,9% em 12 meses, totalizando R$ 500 bilhões.

Os índices de inadimplências seguiram a tendência altista dos trimestres anteriores, mas em ritmo de desaceleração: 3,2% em atrasos (90 dias) e 4,5% (15-90 dias). Na comparação com o primeiro trimestre de 2021, esses NPLs (empréstimos não pagos) representaram aumento de 0,24 e de 0,32 ponto percentual, respectivamente.

Em relação ao quarto trimestre, houve uma variação positiva bem mais leve: +0,09 (NPL - 90 dias) e 0,03 ponto percentual (NPL 15-90 dias).

A instituição financeira considerou que a inadimplência está sob controle e que a leve deterioração era esperada.

Em mensagem, o CEO do Santander Brasil, Mario Leão, disse que o foco no começo de 2023 foi fortalecer o balanço, com uma abordagem mais seletiva na hora de conceder empréstimos, priorizando produtos com garantia e clientes com menor risco de crédito.

Entre janeiro e março, o banco faturou R$ 4,699 bilhões com serviços bancários e comissões, aumento anual de 1,8%. Cartões de crédito foram os produtos líderes de receita com R$ 1,351 bilhão, aumento anual de 1,7%, mas uma queda de 6,1% na comparação com o trimestre anterior.

O Santander Brasil tem sido mais seletivo na hora de emitir cartões de crédito, a fim de controlar seus índices de inadimplência. O produto é um dos principais focos de atrasos por pessoas físicas, ao lado do crédito pessoal.

O total de ativos do banco atingiu R$ 1,049 trilhão em março, aumento de 9,3% em 12 meses. O valor ficou levemente abaixo do esperado pelo mercado, de R$ 1,06 trilhão.

O CEO da instituição deve comentar o resultado com a imprensa, em entrevista coletiva marcada para as 10h30 (horário de Brasília), na sede do banco, em São Paulo. A expectativa é que ele detalhe a exposição do Santander ao calote da Americanas (AMER3).

No 4º trimestre, o Santander Brasil provisionou apenas 30% de sua exposição à varejista, de R$ 3,7 bilhões. A Americanas ainda não fechou acordo com os bancos credores, mas há uma trégua de 30 dias em vigor na batalha jurídica para reaver os recursos.

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