Bloomberg — A unidade de pesquisa do BlackRock Inc. está cada vez mais otimista em relação aos mercados emergentes, onde os bancos centrais estão se movendo muito mais rápido do que o Federal Reserve (Fed) para cumprir o ciclo de aumento das taxas de juros.
Em sua estratégia de curto prazo, a maior gestora de recursos do mundo está priorizando as ações e os títulos de países em desenvolvimento em relação aos de economias maduras, elogiando a reabertura econômica da China e o fim do ciclo de aumento dos juros dos mercados emergentes.
Os estrategistas preferem dívidas de países com classificação de crédito mais alta, como o México, que têm inflação mais baixa, contas externas mais equilibradas e níveis mais baixos de dívida em relação ao PIB. A probabilidade de um Fed menos agressivo (hawkish) em sua política monetária e, portanto, de um dólar americano mais fraco também apoia esta estratégia de investimento, de acordo com os profissionais do BlackRock Investment Institute, que incluem Wei Li.
“Os ativos dos mercados emergentes estão em vantagem, por enquanto”, escreveram os estrategistas em uma nota na segunda-feira. “Vimos uma clara resiliência na atividade econômica dos mercados emergentes, mesmo que o aumento das taxas tenha diminuído a atividade dos mercados emergentes.”
Embora as economias desenvolvidas precisem manter as taxas mais altas por mais tempo para controlar a inflação persistente, os mercados emergentes estão mais resistentes, escreveram eles. Um índice importante de moedas de economias em desenvolvimento aumentou mesmo com o Fed se aproximando do fim de seus aumentos, um sinal de que as autoridades monetárias destes países poderão se desviar dos EUA e ainda assim evitar a depreciação, disseram eles.
Países como o Brasil, a Índia e a Coreia do Sul mantiveram as taxas em suspenso em reuniões recentes. Os traders agora aguardam a próxima decisão do Fed no início de maio, com os mercados de swap precificando outro aumento de um quarto de ponto como quase certo.
O indicador de ações emergentes da MSCI Inc. subiu apenas 2% este ano, ficando atrás do benchmark global em mais de seis pontos percentuais. Enquanto isso, os títulos em dólar estão atrás de outros segmentos globais de renda fixa.
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