O efeito Shein para o varejo

Também nesta edição: Governo quer indicar para a Petrobras nomes rejeitados em auditoria; A estratégia da Americanas para atrair sellers e First Republic Bank perde US$ 72 bi em depósitos

Por

Bloomberg Línea — Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças. Bom dia e ótima leitura!

A gigante de e-commerce Shein disse na semana passada que planeja elevar para 85% a produção no Brasil de roupas vendidas em seu marketplace no país até 2026. A decisão, ainda que encarada com alguma dose de ceticismo do ponto de vista de execução por analistas e representantes da indústria nacional têxtil e de vestuário, terá impactos sobre os principais players do varejo de moda.

Para analistas do mercado financeiro que cobrem empresas do setor de varejo, a entrada da Shein no Brasil é negativa do ponto de vista de uma nova entrante como concorrente – em um momento já desafiador para o setor com os juros altos, a inflação e a desaceleração da economia –, mas também significará que a chinesa deixará de ter algumas vantagens em relação às empresas locais.

O mercado de varejo de vestuário do Brasil ainda é dominado por empresas domésticas, apesar do crescimento de asiáticas como a Shein, a AliExpress e Shopee nos últimos anos. “Desenvolver uma rede forte e confiável de fornecedores locais - como a que a Lojas Renner possui - levará tempo e esforço”, destacaram analistas do Goldman Sachs em nota.

Leia mais: Analistas apontam o impacto da Shein no Brasil para varejistas brasileiras

No Radar

Os mercados aguardam com expectativa a divulgação dos balanços das empresas de tecnologia, como Microsoft e Alphabet, enquanto avaliam o desempenho reportado pelo UBS e Santander no trimestre marcado pela turbulência do setor bancário. As incertezas sobre o rumo da política monetária nos EUA também persistem, pelo menos até a divulgação do PIB e do deflator da inflação de março.

🧲 Atraindo fortunas. O UBS frustrou as expectativas do mercado (US$ 1,86 bilhão) em relação ao lucro do primeiro trimestre, registrando US$ 1,03 bilhão, mas captou US$ 28 bilhões em dinheiro novo no trimestre que englobou a aquisição do Credit Suisse. Deste montante, US$ 7 bilhões foram arrecadados nos dez dias posteriores à compra do Credit Suisse, cujos saques totalizaram US$ 53 bilhões no mesmo intervalo.

🆙 Além do esperado. O Santander registrou um lucro de €2,57 bilhões, acima da projeção de €2,4 bilhões, devido ao ganho com taxas de juros mais altas, apesar do impacto de US$224 milhões de um imposto espanhol sobre as receitas bancárias. Os ganhos na Europa nas divisões corporativa e de investimento ajudaram a compensar a queda no lucro nas operações do Brasil e dos EUA.

📉 Mais aperto. O Banco Central Europeu (BCE) deve elevar a taxa de juros novamente em maio, segundo o economista-chefe do banco Philip Lane disse ao Le Monde. Se o aumento será de 0,50 ou 0,25 ponto percentual, dependerá dos dados de inflação e empréstimos bancários que serão conhecidos dois dias antes da reunião do próximo dia 4. A alta dos juros deve frear o rali no mercado de ações europeu observado desde meados de março. O principal índice de referência da região, o Stoxx 600, deve fechar 2023 em 450 pontos, de acordo com pesquisa da Bloomberg com 15 estrategistas.

Leia a nota completa na seção de Mercados

🟢 As bolsas ontem (24/04): Dow Jones Industrials (+0,20%), S&P 500 (+0,09%), Nasdaq Composite (-0,29%), Stoxx 600 (-0,01%), Ibovespa (-0,40%)

Os mercados acionários dos EUA iniciaram a semana na expectativa pelos balanços de grandes empresas e indicadores que serão divulgados nos próximos dias. Os dados podem ajudar a esclarecer as perspectivas para os próximos passos do Fed. Ontem, os números da indústria dos EUA mostraram mais debilidade que o previsto e persistiu a incerteza sobre o teto da dívida do país.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados

Agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: Índice RedBook, Índice de Preços de Imóveis/Fev, Confiança do Consumidor-CB/Abr, Vendas de Casas Novas/Mar, Índice de Manufatura-Fed Richmond/Abr, Estoques de Petróleo Bruto

• Europa: Reino Unido (Índice CBI de Tendências Industriais/Abr, Dívida Líquida do Setor Público/Mar); Espanha (IPP); Portugal (PIB)

• Ásia: Japão (IPC); Hong Kong (Balança Comercial/Mar)

• América Latina: México (Atividade Econômica/Fev); Brasil (Vendas no Varejo/Fev, Confiança do Consumidor/Abr); Argentina (Vendas no Varejo/Fev)

• Balanços: Microsoft, Alphabet, Visa, Nestle, PepsiCo, Novartis, McDonald’s, Verizon, GE, Santander, UBS, GM, Anglo American, Carrefour, General Motors

🗓️ Os eventos de destaque na semana →

Destaques da Bloomberg Línea:

Governo quer indicar nomes rejeitados em auditoria para conselho da Petrobras

First Republic perde US$ 72 bi em depósitos com crise de confiança

Standard Chartered contrata ex-CS para liderar estratégia na América Latina

E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante: Americanas tenta atrair e reter sellers em marketplace com pagamento semanal | Grupo SLC compra 9 revendas da John Deere e espera dobrar receita de máquinas | Europa se arma para coibir abusos com o avanço da IA e de bots como o ChatGPT

• Opinião Bloomberg: Por que o FMI e o Banco Mundial deveriam se voltar à sua missão original

• Para não ficar de fora: LVMH é a primeira empresa da Europa com valor de mercado superior a US$ 500 bi

⇒ Essa foi uma amostra do Breakfast, a newsletter matinal da Bloomberg Línea com as notícias de destaque no Brasil e no mundo.

Para receber a íntegra da newsletter na sua caixa de email, registre-se gratuitamente no nosso site.

Por hoje é só. Bom dia!

Obrigado por ler nossa newsletter matinal.

Equipe Breakfast: Michelly Teixeira (Editor/Newsletter Coordinator), Bianca Ribeiro (Content Producer), Filipe Serrano (Editor, Brazil), Mariana d’Ávila (Assistant Editor, Brazil)