Alta dos juros impulsiona lucro global do Santander, que supera estimativas

As políticas monetárias restritivas, que trouxeram juros mais altos, ajudaram o banco espanhol a compensar o impacto do aumento de custos no primeiro trimestre

Banco Santander
Por Charles Penty
25 de Abril, 2023 | 07:26 AM

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Bloomberg — (Atualiza a nota publicada originalmente às 6h44 com dados sobre as ações do banco)

Os ventos favoráveis com o aumento dos juros em escala global ajudaram o Banco Santander (SAN) a superar as estimativas dos analistas para a última linha de seu balanço.

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O gigante dos bancos de varejo registrou um lucro líquido de €2,57 bilhões (US$ 2,84 bilhões) no primeiro trimestre, superando o consenso dos analistas de €2,4 bilhões, de acordo com um documento enviado aos órgãos reguladores. Os ganhos dos negócios europeus do credor e da divisão de banco corporativo e de investimento ajudaram a compensar a queda anual no lucro no Brasil e nos Estados Unidos.

As ações do banco espanhol caíam devido à entrega de ganhos menores no país, mesmo quando os ventos favoráveis à instituição com o aumento dos juros o ajudaram a obter seu melhor resultado desde 2019. As ações chegaram a cair 4,6% no início do pregão, com perdas pelo quarto dia, e negociadas em queda de 3,7%, para € 3,4115, às 11h28 em Madri. No ano, subiram 26%, superando a média de seus pares no índice Stoxx Europe 600 Banks.

O banco registrou um encargo de €224 milhões pelo impacto de um tributo do governo espanhol no exercício completo, imposta para ajudar a financiar medidas para aliviar a crise do custo de vida.

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O Santander continua a apresentar retornos robustos de sua carteira de empréstimos de mais de €1 trilhão, à medida que as taxas de juros sobem, enquanto a pressão para pagar mais por depósitos em seu principal mercado doméstico permanece moderada. No final de fevereiro, a presidente Ana Botin revelou uma meta de lucratividade mais alta e uma promessa de distribuir uma parcela maior dos lucros aos investidores, no que ela chamou de “uma nova fase de criação de valor para os acionistas”.

“Apesar da recente volatilidade, estamos no caminho certo para atingir nossas metas para 2023″, disse Botin em um comunicado.

A receita líquida de juros subiu 17% em relação ao ano anterior, impulsionada pelo desempenho de seus negócios na Espanha, onde a receita aumentou. Os lucros do banco corporativo e de investimentos do Santander também aumentaram, ajudando a compensar as quedas nos lucros do Brasil e dos EUA, onde os custos de financiamento mais altos atingiram as provisões para perdas com empréstimos do setor automotivo.

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O credor, afetado por custos mais altos ligados à inflação, disse que as despesas operacionais subiram 11% no trimestre em relação ao ano anterior. Mesmo assim, seu índice de custo para renda, uma métrica que mede a eficiência de suas operações, caiu para 44,1%, de 46,6% no quarto trimestre, uma vez que as receitas cresceram mais rapidamente do que as despesas.

O custo de risco, uma métrica que acompanha o índice de provisões para perdas esperadas com empréstimos, subiu para 1,05%, de 0,99% no trimestre anterior.

Botin reafirmou as metas para este ano, incluindo o crescimento da receita de dois dígitos, RoTE (Rentabilidade sobre ativos tangíveis, na sigla em inglês) acima de 15%; índice de custo para receita de 44-45%; indicador de capital CET1 acima de 12% e custo de risco abaixo de 1,2%.

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Estes são alguns dos principais números
  • ROTE: 14,38% contra un 12,76% no 4T22
  • Índice de capital CET1 totalmente carregado: 12,2%, estável frente à posição de 12% em dezembro
  • A receita líquida de juros subiu de €10,16 bilhões no 4T22 para €10,4 bilhões agora
  • Índice de NPL (Non Performing Loans, que é a dívida de liquidação duvidosa) de 3,05%, frente a 3,08% no 4T22
  • Índice de eficiência de 44,1%, contra 46,6% no trimestre anterior

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