Bloomberg — A Fox News (FOX) vai abrir mão de Tucker Carlson, seu apresentador mais popular do horário nobre, que também esteve envolvido em repetidas controvérsias sobre suas declarações sobre todos os assuntos, desde justiça eleitoral até direitos LGBTQ.
Sua saída, que ocorre uma semana depois que a Fox News concordou em pagar US$ 787 milhões para resolver e encerrar um processo por difamação movido pela Dominion Voting Systems, de votação eletrônica, deixa um grande buraco na programação da rede a cabo número 1 dos Estados Unidos.
No processo, que não envolvia diretamente Carlson, a Dominion pedia US$ 1,6 bilhão em indenização à Fox Corp. pelo que classificou como difamação da rede em dizer que houve fraudes nas eleições americanas de 2020.
No acordo, a Fox News reconheceu “as decisões que consideram falsas certas alegações [da rede] sobre a Dominion. Este acordo reflete o compromisso contínuo da Fox com os mais altos padrões jornalísticos”.
“A Fox News Media e Tucker Carlson concordaram em se separar. Agradecemos a ele por seu serviço à rede como host e, antes disso, como colaborador “, disse a empresa nesta segunda-feira (24) em comunicado.
Seu último programa foi na sexta-feira passada (21), disse a rede. A Fox empregará uma série de apresentadores em rodízio no horário das 20h que era ocupado por Carlson até que um sucessor seja nomeado.
Antes do acordo, Carlson, 53 anos, estava entre as figuras da Fox Corp., incluindo o presidente Rupert Murdoch, escalado para testemunhar no caso. Os outros eram o filho de Murdoch, Lachlan, que é o diretor executivo da Fox Corp.; a CEO da Fox News, Suzanne Scott, e a apresentadora da rede Maria Bartiromo.
As ações da Fox, controlada pela família Murdoch, caíam mais de 3% no começo da tarde, para US$ 31,80, na Nasdaq, em Nova York.
Nos últimos anos, Carlson, ex-editor do Weekly Standard e co-apresentador da CNN, se transformou na maior estrela da Fox News.
Excluindo eventos esportivos, o “Tucker Carlson Tonight” é o programa do horário nobre da TV a cabo com maior audiência dos Estados Unidos, de acordo com as avaliações mais recentes da Nielsen, com uma audiência noturna que às vezes ultrapassou 3,7 milhões de telespectadores.
Na temporada de TV que começou em setembro passado, a Fox News teve uma média de 2,2 milhões de telespectadores por noite, mais do que a MSNBC e a CNN juntas. A CNN disse na segunda-feira que uma de suas principais personalidades, Don Lemon, também deixará a rede.
Mas os comentários controversos de Carlson no ar muitas vezes causavam problemas para os negócios da Fox News. Ao longo dos anos, vários anunciantes boicotaram o programa por causa de seus comentários. Em 2018, por exemplo, profissionais de marketing retiraram seus anúncios depois que ele disse que os imigrantes tornam os EUA “mais pobres, sujos e divididos”.
A saída de Carlson marca o último grande nome a deixar a rede preferida pelo eleitorado conservador dos Estados Unidos. Em 2017, o ex-astro da Fox News Bill O’Reilly saiu em meio a alegações de má conduta. Dois anos depois, Shepard Smith, âncora de longa data da Fox News, também partiu.
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