Bloomberg — O First Republic Bank (FRC) teve uma queda acentuada de US$ 72 bilhões em seus depósitos nos primeiros três meses do ano, quando o credor da Califórnia foi engolfado pela crise bancária regional que levou ao colapso de três de seus pares.
As ações despencam mais de 20% nas negociações do after hours da Bolsa de Nova York.
Os depósitos caíram para US$ 104,5 bilhões em 31 de março, uma queda de 41% em relação ao final de 2022, mesmo depois que os maiores bancos do país, incluindo gigantes de Wall Street, depositaram US$ 30 bilhões de seu próprio caixa no banco de Sãon Francisco em um esforço para fortalecer suas finanças.
O patamar ficou 24% abaixo dos US$ 137 bilhões previstos por analistas em uma pesquisa da Bloomberg.
O banco regional disse que planeja reduzir o tamanho de seu balanço e reduzir sua força de trabalho em até 25% como parte de seus esforços para estabilizar a empresa e em resposta às “saídas de depósitos sem precedentes”. Além disso, o banco “está buscando opções estratégicas para acelerar seu progresso enquanto reforça sua posição de capital”.
Os resultados são a primeira atualização abrangente do First Republic desde que os investidores fugiram das ações em meio a uma crise que envolveu bancos regionais em todo o país no mês passado.
A turbulência começou com o colapso do Silicon Valley Bank, que pertencia ao SVB Financial Group e que entrou em liquidação judicial depois que uma operação de venda de títulos para levantar recursos assustou os depositantes na comunidade de capital de risco.
A medida colocou sob os holofotes bancos que acumulam grandes perdas não realizadas em seus balanços patrimoniais, que podem ter que tomar medidas semelhantes se enfrentarem saques excessivos.
De fato, o First Republic encerrou o ano passado com quase US$ 27 bilhões em remarcações de empréstimos e um volume de perdas não realizadas em títulos do Tesouro e outros títulos de longo prazo no balanço da empresa. Isso foi muito maior do que os cerca de US$ 13 bilhões em ações ordinárias tangíveis que ela tinha na época.
No auge da crise, em março, 11 dos maiores bancos do país se uniram para depositar US$ 30 bilhões de seu próprio dinheiro no First Republic. A medida visava reforçar a confiança no banco sitiado.
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