Bloomberg — O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, o AMLO, finalmente conseguiu vendeu o jato de seu antecessor, Enrique Peña Nieto, embora por uma fração do valor que esperava.
O governo do Tajiquistão, na Ásia Central, pagou 1,7 bilhão de pesos (US$ 92 milhões) pelo Boeing 787-8 Dreamliner, significativamente menos do que os US$ 130 milhões que o governo estimou que receberia pelo avião - o lance inicial foi de US$ 150 milhões. Um desconto de cerca de 40%.
O México comprou o jato em 2012 por US$ 220 milhões no governo de Peña Nieto, para substituir um modelo da Boeing, o 757-200, que se aproximava de 30 anos de operação. Nas eleições presidenciais de 2018, que levou López Obrador ao poder, os gastos envolvendo o avião se tornaram tema de campanha.
O avião era um dos adereços políticos favoritos do presidente para ilustrar uma “transformação” da política mexicana que ele prometeu realizar. Mas o simbolismo ficou um pouco em xeque depois que os compradores não apareceram.
O avião ficou estacionado na Califórnia por mais de um ano e trazido de volta ao México em 2020, depois armazenado em um hangar porque o presidente se recusou a usá-lo em suas viagens frequentes pelo país, preferindo voos comerciais. Neste ano, depois de ouvir reclamações de passageiros sobre seu governo, tem preferido usar aviões das forças armadas do país.
“Somos como pessoas recém-ricas que compram um iate ou um avião como este e só ficam felizes no dia em que o compram e no dia em que o vendem”, disse López Obrador em um vídeo no Twitter anunciando a venda a bordo do jato.
Os recursos originados com a venda do avião serão usados para construir dois hospitais nos estados mais pobres do México, em Guerrero e Oaxaca, disse Lopez Obrador.
No Brasil, o governo brasileiro utiliza desde 2005 um Airbus A319 Corporate Jetliner - A319CJ, encomendado pelo presidente Lula em seu primeiro mandato para substituir os “Sucatões”, como eram chamados os modelos da Boeing 737-320c adquiridos no governo de José Sarney na década de 1980. Desde então, depois de Lula, Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro voaram no Airbus.
- Com informações da Bloomberg Línea.
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