Adeus, Netflix? Inflação pode levar millennials e Geração Z a cancelar streaming

Segundo pesquisa da Deloitte, cerca de um terço de membros das duas gerações disse que cancelariam pelo menos uma das opções de entretenimento pago para economizar

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20 de Abril, 2023 | 09:20 AM

Bloomberg Línea — Os preços de produtos e serviços em alta no mundo têm levado milhões de pessoas e cortar despesas do orçamento do mês. Para millennials e membros da Geração Z, isso pode significar deixar de assinar determinados serviços de streaming.

Segundo uma pesquisa feita pela Deloitte, 32% dos millennials (pessoas com algo entre 26 e 40 anos de idade) e 30% dos zoomers (com 12 a 26 anos) afirmaram que cancelariam pelo menos uma das opções de entretenimento pago para guardar dinheiro.

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Em todas as gerações, quase metade dos consumidores acredita que paga caro pelos serviços de streaming de vídeo sob demanda (SVOD) que utiliza e cerca de um terço disse que pretende reduzir o número de conteúdos que assina.

A rotatividade dos assinantes também é mais alta entre membros de ambas as gerações, com 57% dos millennials e 62% da geração Z cancelando uma conta em uma plataforma de streaming em até seis meses depois de assiná-la — indicando que essas pessoas geralmente se inscrevem para assistir a programas e filmes específicos e deixam de pagar quando terminam de consumir um determinado conteúdo.

São comportamentos que impactam diretamente empresas que prestam tais serviços.

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Na terça-feira (18), a Netflix (NFLX) anunciou um crescimento mais fraco para o primeiro trimestre, adicionando 1,75 milhão de clientes no período, abaixo das expectativas de Wall Street, que esperavam 2,41 milhões de novos assinantes para sua base de mais de 230 milhões. Segundo a empresa, vendas e lucros também devem ser mais baixos no trimestre atual do que o estimado por analistas.

Somente na América Latina, a gigante do streaming perdeu 450 mil assinantes — a primeira queda na região desde o trimestre encerrado em março de 2022, quando a empresa havia perdido 351 mil assinantes.

Para tentar resolver o problema, a Netflix pretende tornar ainda mais forte a sua estratégia de coibir que contas sejam compartilhadas, fazendo uma cobrança adicional para que os assinantes possam dividir suas senhas com outros usuários do serviço, como familiares ou amigos. No Canadá, o compartilhamento pago já gerou mais assinantes e um crescimento mais rápido da receita em dois meses.

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Para o UBS (UBS), essa medida deve aumentar a receita da Netflix nos próximos trimestres, elevando o preço-alvo das ações de US$ 350 para US$ 390.

Outra opção anunciada pela Netflix para ampliar o número de assinantes é a oferta de uma opção de plano mais barato com anúncios, o que, segundo a Deloitte, traz um questionamento: será que o público principal dos streamings — os millennials — irá aceitar isso sem problemas?

De acordo com a pesquisa, eles gastam mais do que qualquer outra geração em serviços de streaming de vídeo pagos — uma média de US$ 54 por mês —, mas preferem consumir conteúdos de fácil acesso e gratuitos, vendo vídeos no TikTok e no YouTube, por exemplo, assim como a Gen Z.

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Tamires Vitorio

Jornalista formada pela FAPCOM, com experiência em mercados, economia, negócios e tecnologia. Foi repórter da EXAME e CNN e editora no Money Times.