À prova de crise? Cartão Platinum amplia gastos de clientes da American Express

Estratégia da gigante de pagamento de aumentar benefícios oferecidos a cartões premium sustenta volume de compras, mas inadimplência também sobe

American Express teve também aumento da inadimplência no primeiro trimestre de 2023 (Scott Eells)
Por Jenny Surane
20 de Abril, 2023 | 09:39 AM

Bloomberg — O volume de gastos com cartão registrado pela American Express (AXP) teve um salto de 14% no primeiro trimestre, impulsionado pelo cartão Platinum e outros produtos premium. A previsão média era de 13% de avanço, segundo estimativas coletadas pela Bloomberg.

Conforme balanço divulgado nesta manhã de quinta-feira (20), a American Express também ampliou o volume de recursos provisionados contra inadimplência para US$ 1,1 bilhão, contra projeção de US$ 890 milhões.

O lucro do período caiu 13% para US$ 1,82 bilhão, ou US$ 2,40 por ação, abaixo da estimativa de US$ 2,68. Isso representa uma reversão em relação ao ano anterior, quando o resultado teve ajuda de uma liberação de receitas.

As despesas operacionais da empresa também foram maiores do que o esperado e incluíram uma perda de US$ 95 milhões em investimentos da divisão Amex Ventures.

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“Nossos clientes têm resistido até agora diante de um crescimento econômico mais lento, inflação elevada e taxas de juros mais altas, com o desempenho do crédito permanecendo como o melhor da categoria”, disse o CEO Steve Squeri. “Dito isso, estamos atentos aos sinais mistos no ambiente externo.”

Os rivais JPMorgan Chase e Citigroup também estão lutando com uma onda de baixas contábeis. Isso ocorre após anos de perdas recordes em empréstimos com cartão, quando consumidores foram auxiliados por trilhões de dólares em estímulos que o governo dos EUA injetou na economia.

A Amex passou anos renovando os benefícios concedidos aos detentores de seu famoso cartão Platinum, que custa US$ 695 ao ano, o que contribuiu para um salto nas taxas de compras com o cartão.

O gigante dos pagamentos também continuou a se beneficiar de uma recuperação nos gastos dos consumidores com viagens e jantares, na esteira da saída da pandemia.

A receita com descontos - uma medida das taxas que a Amex cobra dos comerciantes cada vez que um consumidor usa um cartão - totalizou US$ 7,95 bilhões, e as taxas líquidas do cartão foram de US$ 1,7 bilhão. Isso aumentou a receita total em 22% para US$ 14,3 bilhões, superando as estimativas.

As ações da Amex caíam 1%, para US$ 163,25, no início das negociações às 8h00 da manhã (de Nova York). As ações acumulavam valorização de 12% neste ano até o fechamento de quarta-feira (19).

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