Bolsa sustenta alta? Investidores têm maior posição ‘vendida’ desde 2009

Pesquisa do BofA com gestores mostra que crise de crédito e recessão global são vistas como os maiores riscos de cauda para os mercados

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Bloomberg — A alocação de investidores em ações na comparação com títulos de renda fixa caiu para seu nível mais baixo desde a crise financeira global, à medida que as preocupações com uma recessão aumentam, de acordo com a pesquisa global de gestores de fundos do Bank of America (BAC).

Na pesquisa mais pessimista deste ano – a primeira depois que a turbulência bancária abalou os mercados no mês passado – os investidores indicaram que estão mais vendidos em ações e que os temores de uma crise de crédito elevaram a alocação de títulos de renda fixa a uma posição “overweight” (acima da média do mercado) de 10% – a maior desde março de 2009.

Um percentual de 63% dos participantes agora espera uma economia mais fraca, a leitura mais pessimista desde dezembro de 2022.

Ainda assim, a virada pessimista no sentimento é um sinal contrário para os ativos de risco, escreveu o estrategista Michael Hartnett no relatório.

Se o “desejo consensual pela recessão” não for satisfeito no segundo trimestre, o “negócio doloroso” seria uma alta nos rendimentos dos títulos e nas ações dos bancos, disse ele. Hartnett preveu corretamente a queda do mercado de ações no ano passado, alertando que os temores de crescimento alimentariam um êxodo de ações.

As ações americanas se recuperaram das mínimas do mês passado, provocadas pelo colapso de alguns bancos regionais dos Estados Unidos, incluindo o Silicon Valley Bank. Ainda assim, o rali foi moderado neste mês, pois os dados mostram uma desaceleração no mercado de trabalho, alimentando preocupações de que a economia possa contrair ainda este ano.

Uma crise de crédito e uma recessão global são vistas como os maiores riscos de cauda para os mercados, seguidas por uma inflação alta que mantém os bancos centrais hawkish.

Um evento de crédito sistêmico e a piora da geopolítica também estão entre os riscos, de acordo com a pesquisa, realizada entre 6 e 13 de abril e com 249 participantes que somam US$ 641 bilhões em ativos sob gestão.

-- Com a colaboração de Michael Msika.

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