Bloomberg — O lucro do Bank of America (BAC) teve um salto no resultado do primeiro trimestre e cresceu mais do que o previsto pelo mercado graças aos ganhos com renda fixa, que compensaram os custos do banco com empréstimos de liquidação duvidosa ou inadimplentes.
A receita derivada de negociações em renda fixa, moedas e commodities avançou quase 30% para US$ 3,4 bilhões entre janeiro e março, à medida que os clientes do banco responderam à mudança das taxas de juros.
As ações do banco, que acumulavam queda de 8,3% neste ano até o fechamento da véspera, subiam 1,88% nas negociações do pré-mercado de Nova York.
Um fluxo de clientes em busca de segurança depois do estresse bancário causado pela quebra do SVB e de mais dois bancos menores em março contrabalançou as saídas de clientes em busca por alternativas de investimento mais rentáveis em um cenário de inflação alta.
A receita líquida do banco subiu 25% para US$ 14,4 bilhões nos primeiros três meses do ano, quando a expectativa era de um avanço de 24% para esse resultado, que reflete a receita obtida com pagamento de empréstimos menos o que os depositantes recebem.
“O crescimento refletiu a forte melhoria da receita líquida de juros, juntamente com um dos nossos melhores trimestres de vendas e negociações”, afirmou Alastair Borthwick, CFO do banco.
Os gestores da instituição negociaram US$ 5,1 bilhões, um aumento de 9%. No segmento de ações, houve uma queda de 19%, para US$ 1,6 bilhão, em um trimestre marcado por fortes oscilações devido ao contexto de aumento de taxas de juros, alta de inflação e temores de recessão.
O desempenho do banco traz outro retrato de como o mercado se saiu no trimestre marcado pela turbulência bancária após a quebra de bancos regionais nos EUA.
Na semana passada, JPMorgan, Morgan Stanley, Citigroup e Wells Fargo também reportaram ganhos na receita líquida de juros, com alguns também elevando suas previsões para o resto do ano.
Os depósitos do banco caíram no primeiro trimestre, mas em menor proporção do que se previa. O banco fechou março com US$ 1,91 trilhão, ante estimativas de US$ 1,88 trilhão.
As despesas do banco não associadas a juros aumentaram 6% em relação ao primeiro trimestre de 2022, para US$ 16,2 bilhões. Os custos têm sido um ponto focal para os investidores, com a inflação persistente pressionando os gastos e estimulando o ajuste de salários.
A receita do banco de investimento, excluindo transações autogeridas, caiu 20% para US$ 1,2 bilhão, mas também foi melhor do que os analistas esperavam, pois a mesma turbulência que agitou as transações em busca de refúgio seguro também arrefeceu alguns negócios corporativos. As taxas de assessoria em fusões e aquisições caíram 23%, e a receita da emissão de ações e dívidas caiu 25% e 23%, respectivamente.
O saldo de empréstimos da instituição aumentou 5,4% para US$ 1,05 trilhão no final do primeiro trimestre.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Apple Bank vem aí? Depois de cartão e crediário, tech lança conta remunerada
Bank of America recebe mais de US$ 15 bilhões em depósitos após quebra do SVB
Cartão de crédito: endividamento e inadimplência desafiam fintechs
© 2023 Bloomberg LP