Apple Bank vem aí? Depois de cartão e crediário, tech lança conta remunerada

Gigante de tecnologia simboliza competição crescente com bancos tradicionais na oferta de serviços financeiros, em tendência apontada por especialistas

Apple vai além de soluções de pagamento e oferece um número crescente de serviços financeiros (Chris Ratcliffe/Bloomberg)
Por Nick Turner
18 de Abril, 2023 | 04:07 AM

Bloomberg — A Apple (AAPL) introduziu uma conta de poupança de alto rendimento há muito prometida em parceria com o Goldman Sachs (GS), em uma ação estratégica para atrair clientes financeiros dos Estados Unidos com uma taxa de remuneração atraente e a facilidade de seu aplicativo Wallet.

A nova oferta permitirá que os usuários do Apple Card obtenham um rendimento anual de 4,15%, mais de 10 vezes a média nacional, disse a empresa de tecnologia em um comunicado em seu site na segunda-feira (17). A conta não tem a cobrança de taxas, exigência de depósito mínimo ou requisitos de saldo e pode ser configurada a partir do aplicativo Wallet.

A medida impulsiona a influência da empresa de tecnologia em uma luta mais ampla pelos depositantes, aumentando potencialmente a pressão sobre outras empresas financeiras que estão tentando proteger seu financiamento.

Nesta segunda-feira (17), a Bloomberg Línea detalhou os planos da Meta (META) para crescer como meio de pagamento de consumidores a pequenas e médias empresas na América Latina.

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Bancos pequenos e médios, em particular, têm enfrentado saques este ano, à medida que os poupadores buscam retornos mais altos em outros lugares ou transferem seu dinheiro para portos seguros, como o JPMorgan Chase (JPM), após o colapso do Silicon Valley Bank no mês passado.

O CEO da BlackRock (BLK), Larry Fink, previu na última sexta-feira (14) que o dinheiro continuará saindo das contas bancárias tradicionais em meio a essas pressões.

“Mais e mais depósitos estão saindo e migrando para ETFs e qualquer forma de dinheiro e fundos do mercado monetário”, disse ele, observando que sua gestora está se beneficiando. A BlackRock encerrou os três primeiros meses do ano com mais de US$ 9 trilhões em ativos sob gestão.

A Apple anunciou o produto em outubro passado, como parte de uma série de novas ofertas financeiras. O objetivo é gerar ainda mais receita com os serviços, que já dispararam nos últimos anos, e oferecer mais uma forma de prender os consumidores à plataforma da Apple.

Ainda assim, entrar no setor financeiro nem sempre foi tranquilo.

O serviço Buy Now, Pay Later (Compre Agora, Pague Depois) sofreu um longo atraso antes de começar no mês passado. E a própria conta de poupança demorou cerca de seis meses para aparecer de forma comercial após o anúncio. O programa Apple Card também está disponível apenas nos EUA.

O saldo máximo da conta é de US$ 250.000.

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“Nosso objetivo é criar ferramentas que ajudem os usuários a levar uma vida financeira mais saudável”, disse Jennifer Bailey, vice-presidente da Apple Pay e Apple Wallet, em comunicado.

A empresa gerou quase 20% de sua receita comserviços no ano passado, ante cerca de 8% uma década antes, e mais ofertas estão chegando.

Um programa de assinatura do iPhone está em andamento, informou a Bloomberg News, juntamente com uma versão expandida do programa Buy Now, Pay Later chamado Apple Pay Parcelas Mensais, que pode lidar com transações maiores por períodos mais longos - enquanto cobra juros. É o velho crediário conhecido no varejo brasileiro, popularizado por empresas como a Casas Bahia.

- Com a colaboração de Mark Gurman.

- Com informações da Bloomberg Línea.

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