Vale busca cobre no Peru de olho em demanda por baterias de carros elétricos

Gigante da mineração tem pelo menos dois projetos em andamento no país, ainda em fase inicial de sondagem; metal representa hoje 4% da receita da companhia

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Bloomberg — A Vale (VALE3) tem procurado novos depósitos de cobre no Peru, já que a demanda pelo metal usado em baterias de carros elétricos deve aumentar com a guinada do mundo para a energia limpa.

A gigante da mineração tem pelo menos dois projetos em andamento, em fase inicial de sondagem, depois de abandonar um terceiro em uma região rica em cobre no sul do Peru, o segundo maior produtor mundial da commodity. Os dois projetos greenfield de cobre requerem um investimento combinado de US$ 7 milhões, de acordo com o portfólio de exploração mineral do Ministério de Minas e Energia do Peru.

O movimento ocorre no momento em que a Vale está prestes a separar seus ativos de metais básicos para liberar valor dos negócios de níquel e cobre, conforme cresce a demanda pelos metais de bateria.

Outros pesos pesados das commodities, como BHP Group, Rio Tinto Group e Glencore, também se tornaram otimistas em relação ao cobre, esperando um aumento no consumo à medida que a economia global se descarboniza.

Os dois projetos que estão em fase inicial de levantamento são conhecidos como Umami e Chaska. A Vale abandonou o terceiro conhecido como Projeto S em 2022 depois que uma pesquisa indicou que a área não tinha o potencial esperado, disse a empresa em resposta à Bloomberg News.

A gigante do minério de ferro detém concessões de cobre em 17 dos 24 estados do Peru, de acordo com a agência estatal Ingemmet, que regula os direitos de mineração. Ela comprou até 1.200 direitos de mineração separados, com metade dos ativos totalizando 450.000 hectares (1,1 milhão de acres), de acordo com a agência. Isso corresponde a cerca de três vezes o tamanho da cidade de São Paulo.

A exploração de cobre representou cerca de 4% (ou R$ 9,2 bilhões) das receitas de operações continuadas da Vale em 2022, de acordo com os documentos financeiros da companhia. A maior parte do faturamento (80%) é ligada à exploração de minério de ferro.

-- Com informações da Bloomberg Línea.

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