Bloomberg — Os proprietários de apartamentos em Manhattan, nos Estados Unidos, estão testando os limites dos locatários antes mesmo da chegada da estação mais movimentada do mercado.
O preço médio do aluguel subiu para um recorde de US$ 4.175 em março, de acordo com um relatório divulgado na quinta-feira (13) pela Miller Samuel Inc. em parceria com a corretora Douglas Elliman Real Estate. Isso representa um aumento de US$ 25 em relação ao pico anterior, alcançado em julho, e quase 13% a mais do que há um ano.
“Os proprietários estão descobrindo que conseguem o preço que pedem nos aluguéis mais caros”, disse Jonathan Miller, presidente da Miller Samuel.
“A diferença entre o que eles estão pedindo e o que está alugando está diminuindo – e não acho que seja porque os proprietários estão baixando os preços de suas propriedades”, disse Miller.
Os caçadores de apartamentos seguem com dificuldades, mesmo com mais unidades disponíveis e um aumento na taxa de vacância da região.
E o período mais movimentado e caro do ano para aluguéis – os tradicionais meses de férias julho e agosto – ainda está por vir, sinalizando preços mais altos à vista. De acordo com Miller, somente uma crise econômica e grandes perdas de empregos mudariam essa trajetória ascendente.
O número de novos aluguéis assinados no mês passado aumentou 15% em relação ao ano anterior, sugerindo que muitos locatários optaram por não renovar e seguiram em frente. Aqueles que estavam em busca tinham mais opções, com um aumento de 41% no estoque de listagens em relação a março passado.
Os apartamentos, contudo, estão sendo alugados com mais rapidez, passando 39 dias no mercado, ante 61 dias no ano anterior.
Os corretores têm visto mais interesse dos locatários nas últimas três semanas, à medida que o clima de Nova York fica mais quente, disse Hal Gavzie, vice-presidente executivo de locação residencial da Elliman. Com o estoque ainda limitado, as pessoas estão procurando mais listagens estagnadas.
“Apartamentos que estavam à venda por, digamos, 60 dias ou mais agora são alugados”, disse Gavzie.
O recorde de aluguel foi acompanhado por outros novos picos. O preço médio para apartamentos de um quarto, que representou 44% dos novos aluguéis em março, atingiu o recorde histórico de US$ 4.150.
E, independentemente das metragens, o que os inquilinos pagaram após considerar as concessões do proprietário — como meses gratuitos ou taxas de corretores — atingiu seu próprio recorde de US$ 4.124.
Ao todo, 15% dos novos arrendamentos vieram com concessões, ante 18% em março passado. A economia média foi de 1,4 mês de aluguel, um pouco menos que a média de 1,5 mês nos negócios assinados há um ano.
A taxa de vacância do município subiu para 2,54% no mês passado, de 1,89% no ano anterior.
Gavzie não vê os aluguéis caindo em Manhattan, mas também não acha que o céu seja o limite. “Existe um teto”, disse ele. “Não tenho certeza de quanto tempo esses números que estamos vendo hoje serão sustentáveis.”
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