Não é só a Vale: fusão de US$ 23 bi expõe foco em metais de transição energética

Suíça Glencore busca apoio de acionistas da Teck para sua oferta bilionária, enquanto mineradora canadense de cobre tenta viabilizar uma cisão de suas operações

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Bloomberg — O CEO da Glencore, Gary Nagle, disse que está pronto para se encontrar com o principal executivo da Teck Resources “em qualquer lugar do mundo” para discutir a oferta de aquisição de US$ 23 bilhões de sua empresa.

Nagle disse que não se encontrou pessoalmente com o CEO da Teck, Jonathan Price, desde que a gigante suíça de commodities apresentou sua oferta pela mineradora canadense semanas atrás. Nagle disse que a oferta da Glencore para comprar a empresa ainda está de pé se os acionistas da Teck rejeitarem os planos de separar seus negócios de metais e carvão.

“Estamos prontos para nos encontrar em qualquer lugar do mundo, em qualquer dia da semana”, disse Nagle na sexta-feira em entrevista em Toronto. “Se Jonathan disser que vai se encontrar comigo, irei a qualquer lugar do mundo.”

A Glencore e a Teck estão lidando com visões conflitantes sobre o futuro da mineradora canadense. Os CEOs de ambas as empresas em Toronto nesta semana para tentar conquistar o apoio dos acionistas, mas cada um com sua proposta.

Nagle está apresentando aos investidores um acordo que criaria a terceira maior empresa de cobre do mundo, enquanto os executivos da Teck buscam apoio para planos de separar os negócios de carvão e metais da empresa - o que criaria condições de rejeitar a proposta da Glencore.

“Se eles [acionistas] votarem contra [a cisão], nossa proposta é válida e estamos prontos e capazes de nos envolver com a administração e o conselho da Teck para discutir nossa proposta”, disse Nagle.

A batalha no momento em que as transações de fusões e aquisições (M&A) “esquentam” no setor de mineração, alimentada pela demanda por metais que sustentam a transição energética global.

A Vale (VALE3), por exemplo, busca um sócio minoritário que adquira uma fatia de 10% de sua unidade de metais básicos, que posteriormente passaria por uma cisão ou até um IPO em 2024, conforme antecipado pela Bloomberg News no mês passado.

Os ativos da Teck são atraentes para várias grandes mineradoras, incluindo a BHP e a Rio Tinto, que dizem admirar as minas de cobre da empresa nas Américas.

- Com a colaboração de Danielle Bochove.

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